Para Stédile, governo se recusa a reduzir a taxa de juros

Uma aplicação de R$ 100 na poupança renderia apenas R$ 98 reais em 10 anos. Por outro lado, o mesmo valor no cheque especial durante uma década acarretaria uma dívida de R$ 4,4 milhões. Essa discrepância absurda, segundo o deputado Jose Stédile, deixa clara a urgência em discutir a fundo os juros exorbitantes cobrados pelos bancos e instituições financeiras. A afirmação foi feita durante o programa Expressão Nacional, da TV Câmara, nesta terça-feira (17/04). O presidente da Comissão de Defesa do Consumidor participou de um debate onde foram levantadas saídas para a redução dos juros.
18/04/2018 18h40

Para Stédile, governo se recusa a reduzir a taxa de juros

Presidente da CDC, em debate sobre juros abusivos

“A solução passa pelo governo federal lançar mão de instrumentos que estão à sua disposição: os bancos públicos. Se o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal reduzissem pela metade os juros cobrados, isso por si só levaria a uma maior concorrência do setor financeiro e daria opções mais favoráveis aos clientes”, disse Stédile. Para ele, o governo adota uma postura dúbia e injustificável: releva-se preocupado com o endividamento da população, mas não faz o que está a seu alcance para resolver o problema.

Ele lembrou que o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal estão entre os bancos que mais lucraram com empréstimos para pessoas físicas e jurídicas, mesmo durante a crise. “Esse é um dos únicos setores da economia que prospera, mesmo com o calote beirando 30%”, destacou. Stédile ressaltou que cada real pago no abatimento de juros ou dívidas deixa de ser injetado na economia produtiva, reduzindo o investimento e o consumo, com reflexos no desemprego e na arrecadação.

“Lamentavelmente, o Brasil está perdendo seu potencial produtivo. No Sul, dezenas de empresas estão deixando o país e se instalando do outro lado da fronteira, onde os juros são menores e o empresário pode financiar seu negócio ou recorrer a um empréstimo sem quebrar depois”, conclui o deputado.

 

Assista aqui a íntegra do programa na TV Câmara.