Embora Newman Debs tenha ressaltado que a contaminação seja um fato isolado nos quinze anos em que o suco AdeS é produzido na fábrica em Pouso Alegre (MG) e apenas 96 unidades da bebida estivessem comprometidas, a Unilever foi criticada pelos integrantes da comissão. Para os parlamentares, não houve a iniciativa de contatar as autoridades ao tomar conhecimento da contaminação, pois o represente da Anvisa confirmou que a agência soube do caso pela imprensa e, a partir daí, pediu explicações à empresa.
Os deputados também levantaram falhas nos procedimentos de controle de qualidade da Unilever, que levaram a uma detecção tardia do problema, e consideraram insuficiente a campanha de esclarecimento para o consumidor, uma vez que anúncios sobre o lote com problemas foram veiculados durante um dia apenas.

Na audiência, José Agenor informou que está em fase de avaliação no setor jurídico da Anvisa uma norma relativa ao recall de produtos alimentícios. Em seguida, as novas regras serão submetidas a consulta pública. Já segundo o representante do Ministério da Justiça, 46 das 96 unidades contaminadas com soda cáustica já foram recolhidas. Amauri Oliva reiterou a importância do recall como mecanismo de salvaguarda do consumidor. Segundo ele, a Unilever cumpriu as normas previstas para o recall da bebida, e seria punida caso não o fizesse.

Os deputados estudam a possibilidade de visitar a unidade de produção da Unilever em Pouso Alegre para conferir in loco o processo de fabricação e envasamento das bebidas a fim de melhor compreender os motivos da falha que levou à contaminação do suco AdeS.