Deputados defendem Marco Civil da Internet para fortalecer direito dos internautas

Os presidentes das comissões presentes ao debate sobre as denúncias de espionagem de cidadãos brasileiros pelo governo dos Estados Unidos defenderam a aprovação da proposta do Marco Civil da Internet para aumentar a proteção da privacidade do internauta. A Audiência Pública contou com a presença do presidente da Comissão de Defesa do Consumidor, José Carlos Araújo, e teve como expositores o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e de diversos representantes governamentais ligados à área de Tecnologia da Informação, Segurança Institucional e Inteligência.
14/08/2013 18h50

Antônio Augusto

Deputados defendem Marco Civil da Internet para fortalecer direito dos internautas

Araújo criticou duramente as empresas como Google e Microsoft, que atendem pedidos de envio de dados privados dos internautas feitos pela Casa Branca, mas se recusam a colaborar com o governo brasileiro quando solicitado e até mesmo a cumprir decisões judiciais.  “Eles alegam que os dados requisitados estão no exterior. Por outro lado, quando interessa a seus executivos equiparar-se a uma empresa nacional, eles prontamente o fazem”, ponderou. Ele também cobrou que Google e Microsoft enviem seus presidentes às audiências públicas realizadas pela Comissão de Defesa do Consumidor, e não apenas seus diretores.

José Carlos Araújo defendeu ainda que o Marco Civil da Internet, em discussão na Câmara, estabeleça sanções para empresas que burlem a confiança do consumidor brasileiro em operações virtuais. “Isso poderia conferir maior segurança em casos de espionagem como esse. Temos de criar uma legislação forte que obrigue essas empresas a obedecerem prontamente às leis brasileiras e colaborarem com investigações, em vez de fugirem pela tangente”, disse o parlamentar.

O ministro Paulo Bernardo concordou com Araújo e disse que, segundo o projeto do Marco Civil da Internet, o e-mail será equiparado à carta, e sua abertura sem autorização judicial será considerada crime. Todos os deputados presentes também criticaram a postura do secretário de Estado dos EUA, John Kerry, que defendeu a espionagem feita pelos Estados Unidos, inclusive em solo brasileiro, sob a argumentação que a Casa Branca procura com isso garantir a segurança de cidadãos de todo o mundo. A Audiência Pública prosseguirá na próxima terça-feira à tarde, quando os representantes das empresas serão ouvidos.