Embora exista desde 1988, o Bosque dos Constituintes tornou-se Parque somente em 24 de outubro de 2008, com a edição do Decreto Distrital nº 29.641. Em 4 de novembro do mesmo ano, foi adotado integralmente pela Câmara dos Deputados no Programa “Abrace um Parque”, promovido pelo Instituto Brasília Ambiental (Ibram).

Desde que assumiu a gestão do Parque, a Câmara comprometeu-se a revitalizar o local em até cinco anos. Para isso, tem contado com a parceria do próprio Ibram e da Rede de Sementes do Cerrado, uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP) focada na recuperação e na preservação do bioma cerrado. A ideia é aproveitar a área de amortecimento do Parque e reconstituir, neste entorno, a vegetação original de cerrado, seguindo as orientações de estudos da Unesco relativos à flora nativa da região antes da ocupação humana.

Para marcar o início do processo de revitalização, no dia 5 de novembro de 2008, o gesto simbólico de plantar árvores foi repetido no Bosque. O presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva plantou uma muda de aroeira (Myracrodruon urundeuva Allemão) – a mesma espécie que ele, como membro da Assembleia Nacional Constituinte, teria plantado em 1988. Na área conhecida como “Aleia das Autoridades”, mudas de chicha (Sterculia striata) foram plantadas pelo presidente da Câmara dos Deputados Arlindo Chinaglia; pelo presidente do Senado Federal Garibaldi Alves Filho; pelo presidente do Supremo Tribunal Federal ministro Gilmar Mendes; pelo governador do Distrito Federal José Roberto Arruda.

Imediatamente iniciou-se a recomposição dos 600 exemplares das 20 espécies arbóreas componentes do projeto inicial do Bosque. Projetos inovadores de urbanismo e paisagismo também entraram em implementação.

Serão construídos ciclovia e bicicletário, além de praças e jardins temáticos – como o Jardim do Plenarinho, voltado à educação infantil, e o Jardim dos Sentidos, um espaço direcionado aos portadores de necessidades especiais, que oferece acesso facilitado a quem tem limitações motoras e a possibilidade de interagir com a natureza por meio da audição e do tato.

Diversas atividades educativas serão realizadas no Bosque. Os visitantes terão a oportunidade de aprender sobre história, cultura, cidadania e proteção ambiental em aulas e palestras. Também haverá cursos de observação de pássaros, de identificação de árvores e de coleta e preparação de sementes, entre outros. Está prevista, ainda, a realização de um concurso nacional de esculturas. As obras selecionadas integrarão uma exposição permanente, ao ar livre.

Pretende-se que o Parque Bosque dos Constituintes esteja plenamente revitalizado até 2013, ano em que se comemoram os 25 anos de promulgação da Constituição Cidadã. O próximo passo, a partir daí, será pleitear o seu tombamento como Monumento Vivo e Histórico de Brasília, segundo os preceitos de proteção aos jardins históricos previstos na Carta de Veneza (1964) e de Florença (1981).


:: Confira, na íntegra, o conteúdo das cartas de Veneza e Florença