Universidades devem promover indústrias locais
Foto: Lucio Bernardo Junior / Câmara dos Deputados
Deputado Vitor Lippi, autor do estudo, ao lado do ex-ministro Paulo Haddad (à esquerda) e do deputado licenciado Arisoto Holanda (dir.)
Matéria: Jornal da Câmara
Existem hoje no Brasil 1.300 campi universitários, sendo 900 públicos e o restante, privado, diz o deputado Vitor Lippi
Paulo Roberto Haddad destacou ontem que universidades e centros de ensino superior podem gerar projetos locais de promoção industrial. Ele participou de palestra sobre “Modelo integrado de desenvolvimento regional: ciência e tecnologia”, promovida pelo Centro de Estudos e Debates Estratégicos (Cedes) da Câmara dos Deputados. Especialista em Ciências Econômicas, Haddad, que foi ministro na gestão Itamar Franco, também afirmou que, para haver desenvolvimento, é preciso haver inconformismo e participação da sociedade no desenvolvimento de soluções. Segundo o ex-ministro, o Brasil é um mosaico de regiões e está crescendo nas áreas industrializadas, nas áreas de agronegócio e nas regiões petrolíferas. Enquanto isso, municípios do Nordeste e do Norte brasileiro têm PIB (Produto Interno Bruto) per capita mais de 30% menor que a média brasileira. “O capitalismo sabe crescer, mas não sabe dividir”, observou. Ele considera essencial a inovação tecnológica e a promoção de arranjos produtivos locais para o desenvolvimento regional brasileiro.
Centros - A palestra faz parte de estudo proposto e relatado pelo deputado Vitor Lippi (PSDB-SP). A ideia do deputado é formular propostas e construir metodologias para que as universidades possam ser centros de planejamento e desenvolvimento local regional. “Só podemos melhorar a produção e geração de riqueza por meio do conhecimento”, disse. “A universidade tem o conhecimento, os jovens mais bem preparados e tem perenidade – algo essencial para o planejamento”, acrescentou. Segundo Lippi, hoje existem no Brasil 1.300 campi universitários, sendo 900 públicos e o restante, privado.
Integração - O deputado licenciado Ariosto Holanda propôs a criação da “sociedade universitária para estudos regionais”, para integrar as universidades aos setores produtivos. Já o representante da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, Carlos Frees, afirmou que as universidades brasileiras devem ser centros de experimentação e de desenvolvimento de projetos estruturantes. Para o vice-presidente da Associação Nacional de Promoção de Empreendimentos Inovadores, José Alberto Aranha, as universidades podem preparar lideranças locais para promover os arranjos produtivos dessas regiões específicas. “O locus do desenvolvimento é a cidade”, observou.
“O Brasil está crescendo nas áreas industrializadas, mas municípios do Nordeste e do Norte têm PIB per capita mais de 30% abaixo da média” Paulo Haddad, ex-ministro da Fazenda
A representante da Confederação Nacional dos Municípios, Zione Assis, salientou que o foco no desenvolvimento local depende da questão financeira. “Algumas cidades não têm internet ainda”, lembrou.
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