Projeto Maglev-Cobra na 13ª reunião do Caeat
O Caeat recebeu em sua 13ª reunião o engenheiro elétrico Richard M. Stephan , pesquisador da Coppe/UFRJ e um dos idealizadores do Maglev Cobra, veículo que está sendo desenvolvido no Laboratório de Aplicações de Supercondutores - LASUP da Universidade Federal do Rio de Janeiro, em parceria com outras instituições.
O projeto tenciona revolucionar o transporte coletivo com alta tecnologia, de forma não poluente, energeticamente eficiente e de custo acessível aos grandes centros urbanos. O Maglev Cobra se baseia em levitação, movendo-se sem atrito com o solo através de um motor linear de primário curto.
"Em futuro não muito distante, uma inovação tecnológica tupiniquim poderá se tornar solução inédita para os crescentes congestionamentos de tráfego nas grandes cidades brasileiras. Trata-se de uma singular alternativa para o transporte urbano de massa que sinaliza promissoras melhorias na qualidade de vida de nossa população". A afirmação é do Presidente do Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara, deputado Inocêncio Oliveira, que se diz entusiasmado com a inovação desenvolvida pelo engenheiro e professor Richard M. Stephan, do Laboratório de Aplicações de Supercondutores da Coppe/Poli/Universidade Federal do Rio de Janeiro, que coordena o projeto MagLev Cobra.
De acordo com o professor Stephan, "a levitação magnética assume caráter estratégico para o desenvolvimento do Brasil. No século XXI, as rodas dos veículos de transporte de massa serão substituídas por sistemas de levitação magnética, que não mais necessitarão do tradicional mecanismo roda-trilho de aço, largamente difundido. Mais do que isso, são inúmeras as vantagens de implantação e operação do sistema MagLev: menor poluição sonora e ambiental; menor consumo de energia; menor custo de implantação e manutenção e maior segurança para os usuários, na medida em que o veículo não está sujeito a descarrilamentos".
Por se tratar de uma tecnologia nacional, a Levitação Supercondutora (baseada na propriedade diamagnética dos supercondutores, i.e., na suscetibilidade magnética negativa e que é repelida por um imã) distingue-se da Levitação Eletrodinâmica (proposta japonesa de trem de levitação) e da Levitação Eletromagnética (proposta alemã de trem de levitação).
O projeto MagLev-Cobra, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, também aguarda recursos do BNDES para a duplicação da linha de demonstração e da FINEP, que financiará a nacionalização da produção de imãs supercondutores. Com essas iniciativas, diz o professor Richard, "o Brasil poderá ser o primeiro país do mundo a possuir uma linha de demonstração em escala-real com esta tecnologia".
Ainda de acordo com o pesquisador, "ao se traçar um paralelo entre os sistemas japonês e alemão (roda-trilho de aço) com o Sistema de Levitação Supercondutora, podemos enumerar algumas vantagens como a possibilidade de traçados mais íngremes (15% contra 4%); aceleração e desaceleração maiores (permitindo paradas com menor comprometimento do tempo total de percurso); curvas mais fechadas; cargas distribuídas e não concentradas no ponto de contato roda-trilho; menor emissão de ruído para uma dada velocidade; menor consumo de energia; manutenção mais simples e barata; traçados evitando áreas ambientalmente sensíveis com menor impacto ambiental".
Além de todas essas vantagens que se refletem em menores custos de implantação e operação, o Sistema de Levitação Supercondutora também apresenta menor tempo de construção. Para o transporte urbano, continua o professor Richard, estima-se que o MagLev-Cobra gaste 1/3 dos recursos necessários para a implantação de uma linha de metrô subterrânea e, mesmo para alta velocidade, no caso de topografias acidentadas, como na região entre Rio e São Paulo, o TAV-MagLev (trem de alta velocidade), por necessitar de menor quantidade de túneis e viadutos, pode se tornar até mais econômico do que os demais trens de alta velocidade finalizou o pesquisador.
Assista a um trecho da demonstração de Richard Stephan aqui.