Conselho de Altos Estudos busca soluções para o transporte urbano de massa
"Em futuro não muito distante, uma inovação tecnológica tupiniquim poderá se tornar solução inédita para os crescentes congestionamentos de tráfego nas grandes cidades brasileiras. Trata-se de uma singular alternativa para o transporte urbano de massa que sinaliza promissoras melhorias na qualidade de vida de nossa população". A afirmação é do Presidente do Conselho de Altos Estudos e Avaliação Tecnológica da Câmara, deputado Inocêncio Oliveira, que se diz entusiasmado com a inovação desenvolvida pelo engenheiro e professor Richard M. Stephan, do Laboratório de Aplicações de Supercondutores da Coppe/Poli/Universidade Federal do Rio de Janeiro, que coordena o projeto MagLev Cobra.
De acordo com o professor Stephan, "a levitação magnética assume caráter estratégico para o desenvolvimento do Brasil. No século XXI, as rodas dos veículos de transporte de massa serão substituídas por sistemas de levitação magnética, que não mais necessitarão do tradicional mecanismo roda-trilho de aço, largamente difundido. Mais do que isso, são inúmeras as vantagens de implantação e operação do sistema MagLev: menor poluição sonora e ambiental; menor consumo de energia; menor custo de implantação e manutenção e maior segurança para os usuários, na medida em que o veículo não está sujeito a descarrilamentos".
Por se tratar de uma tecnologia nacional, a Levitação Supercondutora (baseada na propriedade diamagnética dos supercondutores, i.e., na suscetibilidade magnética negativa e que é repelida por um imã) distingue-se da Levitação Eletrodinâmica (proposta japonesa de trem de levitação) e da Levitação Eletromagnética (proposta alemã de trem de levitação).
O projeto MagLev-Cobra, financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro, também aguarda recursos do BNDES para a duplicação da linha de demonstração e da FINEP, que financiará a nacionalização da produção de imãs supercondutores. Com essas iniciativas, diz o professor Richard, "o Brasil poderá ser o primeiro país do mundo a possuir uma linha de demonstração em escala-real com esta tecnologia".
Ainda de acordo com o pesquisador, "ao se traçar um paralelo entre os sistemas japonês e alemão (roda-trilho de aço) com o Sistema de Levitação Supercondutora, podemos enumerar algumas vantagens como a possibilidade de traçados mais íngremes (15% contra 4%); aceleração e desaceleração maiores (permitindo paradas com menor comprometimento do tempo total de percurso); curvas mais fechadas; cargas distribuídas e não concentradas no ponto de contato roda-trilho; menor emissão de ruído para uma dada velocidade; menor consumo de energia; manutenção mais simples e barata; traçados evitando áreas ambientalmente sensíveis com menor impacto ambiental".
Além de todas essas vantagens que se refletem em menores custos de implantação e operação, o Sistema de Levitação Supercondutora também apresenta menor tempo de construção. Para o transporte urbano, continua o professor Richard, estima-se que o MagLev-Cobra gaste 1/3 dos recursos necessários para a implantação de uma linha de metrô subterrânea e, mesmo para alta velocidade, no caso de topografias acidentadas, como na região entre Rio e São Paulo, o TAV-MagLev (trem de alta velocidade), por necessitar de menor quantidade de túneis e viadutos, pode se tornar até mais econômico do que os demais trens de alta velocidade finalizou o pesquisador.
Richard M. Stephan fará exposição aos membros do Caeat nessa quarta-feira, 23 de novembro de 2011, às 14 horas na Sala de Reuniões da Mesa. O evento é público e franqueado às assessorias interessadas.
13ª reunião do Caeat
Data: 23 de novembro de 2011
Horário: 14 horas
Local: Sala de Reuniões da Mesa