Parlamentares da Região, integrantes do CEDES-Centro de Estudos e Debates Estratégicos e especialistas na matéria, reúnem-se hoje, às 15h, na sala de reuniões da Mesa, para discutir a questão da Seca do Nordeste.

A iniciativa, formulada pelo presidente Henrique Alves foi demandada quando da indicação do Deputado Inocêncio Oliveira para presidir o órgão. Na ocasião, o presidente da Casa adiantou que pretende instalar uma Comissão Geral na primeira quinzena de maio, com o objetivo de reunir não só parlamentares, mas também autoridades do Executivo, pesquisadores e especialistas na matéria, para juntos debaterem e apontarem alternativas concretas que possam minorar os adversos efeitos do fenômeno climático que vem castigando extensas áreas da Região do Nordeste.

Como parte dos preparativos para a Comissão Geral, em sua primeira reunião de trabalho, realizada na última quarta-feira (10/04), parlamentares integrantes do Colegiado ouviram e debateram o tema com o presidente da Embrapa, Maurício Lopes que, na ocasião, defendeu a necessidade de se eliminar gargalos que ainda hoje impedem a transferência de conhecimentos e tecnologias para os produtores. Maurício Lopes chegou a listar mais de uma dezena de tecnologias geradas pela empresa – de comprovada eficiência no combate aos efeitos da seca – mas que não chegam aos agricultores familiares em função da baixa eficiência do sistema de assistência técnica e extensão rural hoje existente.

Em reforço a essa tese, o Deputado Ariosto Holanda (PSB-CE), integrante do grupo de trabalho constituído para reestruturar o DNOCS-Departamento Nacional de Obras Contra a Seca, ressaltou que as ações estruturantes a serem implementadas deverão priorizar a capacitação dos recursos humanos, com educação e treinamento, o preenchimento dos vazios hídricos, a irrigação, a gestão da água e o desencadeamento imediato de ações de pesquisa e de extensão que, efetivamente, levem conhecimento para a fragilizada população rural. Segundo o parlamentar, o homem com seu meio e cultura deve ser o ponto de partida para a solução dos problemas do Nordeste. A palavra seca para o nordestino tem a conotação de perda da plantação e está associada à miséria, ao nomadismo, às frentes de serviços e ao tráfego de caminhões pipa distribuindo água racionada às populações carentes, medidas tipicamente de caráter emergencial e assistencialista, que não resolvem os problemas estruturais.

Inocêncio Oliveira informou que até a realização da Comissão Geral, o Centro de Estudos e Debates Estratégicos da Câmara dos Deputados deverá dar continuidade às discussões que vêm realizando, com o propósito de ouvir dirigentes e especialistas das principais instituições que tratam do problema da seca do Nordeste. A idéia é chegarmos em maio próximo já com o desenho de um grande projeto que possa balizar a formulação de uma política nacional de combate e mitigação dos efeitos da seca na região nordestina. Para o parlamentar, a articulação e a harmonização das ações dos diversos ministérios e instituições afins com a problemática é que poderá levar ao encontro de soluções definitivas e estruturantes que de fato viabilizem o equacionamento desse desafio histórico que é a seca do Nordeste brasileiro.