ANP diz que indústria de petróleo e gás impulsionará economia nos próximos dez anos

Magda Chambriard, Diretora-Geral da ANP, falou aos membros do Cedes em sua 9ª reunião
06/12/2016 12h05

Gustavo Lima - CD

ANP diz que indústria de petróleo e gás impulsionará economia nos próximos dez anos

9ª reunião do Cedes

O Centro de Estudos e Debates Estratégicos realizou, hoje, dia 12, uma reunião sobre a indústria de petróleo e gás no Brasil com a participação da Diretora-Geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis, Magda Chambriard.

Os resultados da 11º Rodada, realizado em maio, foram comemorados pela Diretora, que destacou o imenso investimento que a indústria do Petróleo e Gás realizará nos próximos 10 anos no país. Segundo estimativas da ANP, 400 bilhões de dólares serão investidos na área de extração e produção, o que tem atraído grande interesse de empresas de todo o mundo, fato comprovado pela quantidade de empresas que apresentaram propostas na última rodada – 39 no total, com 12 brasileiras e 18 estrangeiras vencedoras. No sentido de proteger a economia nacional, a ANP tem realizado as licitações com obrigações de conteúdo local para potencializar esses investimentos.

A Diretora trouxe à Câmara dados recentes acerca das reservas de petróleo do país, com destaque para as novas projeções para o campo de Libra, que teve sua quantidade de óleo recuperável revista de 5 bilhões para 8 a 12 bilhões de barris, a partir de novos levantamentos realizados. O campo de Libra, localizado no pré-sal, será licitado na 1a Rodada do Pré-sal, pelo regime de partilha, a ser realizada no dia 22 de outubro deste ano, no Rio de Janeiro. Magda Chambriard destacou que pela legislação vigente, a Petrobrás deterá, no mínimo, 30% da participação nesse campo. A empresa poderá ter uma participação maior, caso apresente propostas individualmente ou em parceria na licitação de outubro.

A 12º Rodada voltada às bacias com potencial de gás natural em terra, a ser realizada em novembro, também foi tema da reunião devido às preocupações ambientais em torno da produção de gás não-convencional (extraído de folhelho). Para Magda Chambriard, as estimativas, ainda não endossadas pela ANP, indicam que apenas a Bacia do Paraná, que abrange 8 estados brasileiros, conteria 226 trilhões de pés cúbicos de gás não convencional. Esse gás corresponderia a 40 bilhões de barris de petróleo em termos energéticos. Nesse sentido, “esse número me permite uma única conclusão: eu não posso deixar o gás em terra do Brasil para trás. O Brasil tem que buscar esse gás porque os números são grandes demais (...) assim, o cenário que nós temos hoje nos obriga, nos empurra a buscar esse gás (não-convencional)”.

Segundo a Diretora, a 12º Rodada está focada na produção de gás natural convencional em áreas onde já se verificou a existência de gás, porém ainda sem detalhamento do quantitativo das reservas. Segundo Magda Chambriard, “em função disso é que a gente está indo atrás dessa 12ª rodada de licitações, para buscar gás convencional, não estou falando de gás do xisto (folhelho), e nessa rodada nós vamos aproveitar para exigir que os concessionários perfurem mais profundo em alguns poços e façam análises que nós não temos, para ver se no futuro a gente pode ir na direção desses projetos de gás não convencional.”

As bacias sedimentares com blocos a serem licitados na 12º Rodada são as seguintes: Bacia do Acre, Bacia do Parecis – Rio Teles Pires, Bacia do Paraná – Campo Barra Bonita, Bacia do Parnaíba – Parque dos Gaviões, Bacia de Sergipe-Alagoas, Bacia do Recôncavo e Bacia do São Francisco – Buritizeiro. A extração de gás nessas regiões poderia ser voltada à produção de energia elétrica e aguarda aprovação do Conselho Nacional de Política Energética.

Para mais informações sobre a reunião do Centro de Estudos Estratégicos e para ter acesso ao áudio e à apresentação da Diretora-Geral da ANP, acesse: www.camara.leg.br/cedes