Acesso à tecnologia é solução para seca no Nordeste
A afirmação é do presidente da Embrapa, Maurício Antônio Lopes, feita ontem (09/04), durante reunião do Centro de Estudos e Debates Estratégicos, oportunidade em que apresentou o programa “Agropensa: inteligência estratégica para a Agropecuária Brasileira”. Maurício Lopes chegou a listar mais de uma dezena de novas tecnologias disponibilizadas pela empresa que, no entanto, não chegam aos agricultores por falta de extensionistas.
Segundo ele, este é um dos grandes gargalos na transferência de conhecimentos gerados pelas centros de pesquisa, problema que se agrava com o passar dos anos, desde a extinção da Embrater-Empresa Brasileira de Assistência Técnica e Extensão Rural, extinta na década de 90. A exposição feita pelo presidente da Embrapa aos parlamentares que integram o colegiado teve por foco o planejamento estratégico desenvolvido pela empresa em sua gestão. Maurício Lopes apontou cinco temáticas centrais que deverão nortear a visão de futuro da instituição: energia, água, alimentos, ambiente e pobreza.
Segundo ele, em face das estimativas de previsão de crescimento da população mundial, espera-se que o Brasil amplie sua capacidade de produção de alimentos, porém, esse crescimento deverá encontrar algumas dificuldades que se apresentam, dentre outras, as pressões pela diminuição das emissões de gases causadores do efeito estufa, onde a agropecuária emerge como grande emissora. A energia pode ser outro ponto de fragilidade, já que a atividade agrícola depende cada vez mais de sua disponibilidade. Uma linha de atuação para esse problema deverá ser a diminuição do desperdício que hoje é de mais de um terço dos alimentos, representando uma perda de energia da ordem de 38%, apenas no setor agroalimentar.
Outra temática, apresentada por Maurício Lopes e para a qual a Embrapa deverá buscar respostas rápidas refere-se à segurança nutricional. Lopes esclareceu que em havendo uma tendência à diminuição da desnutrição, encontramos na outra ponta, um forte crescimento da obesidade. É também nesse sentido, que o setor agroalimentar deverá buscar soluções que visem a produção de alimentos funcionais, voltados para a melhoria de suas qualidades nutricionais. Aspecto relevante também apontado pelo palestrante, diz respeito à tendência de crescimento do processo de urbanização. O Presidente da Embrapa sugeriu, ainda, a ampliação da mecanização e do uso de tecnologias que diminuam a penosidade do trabalho, motivando assim a permanência de jovens no campo.