Lava Jato: Ministro Armando Monteiro recebe representantes do Fórum que estuda alternativas ao desemprego
Representantes de mais de 30 entidades de trabalhadores e empresariais, e parlamentares, integrantes do Fórum Permanente para a construção de alternativas aos impactos negativos da Operação Lava Jato, participaram, no último dia 7 de julho, de audiência com o ministro Armando Monteiro (Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) para relatar todas as ações que foram desenvolvidas, desde março, pela Comissão Fiscalização Financeira e Controle (CFFC) para tratar do tema, como audiências públicas, visitas técnicas e mesas-redondas. O secretário nacional de Petróleo e Gás, do Ministério de Minas e Energia, Marco Antonio Martins, também participou da reunião.
O ministro Monteiro disse que o governo acompanha os desdobramentos da Operação com “o maior interesse e absoluta consciência”. E que , “de modo objetivo, dentro de um tempo determinado e com todo esforço”, é preciso, de forma conjunta – trabalhadores, empresários e governo - construir uma “agenda realista e encaminhá-la com urgência e soluções possíveis.” O ministro designou o secretário executivo da pasta, Ivan Ramalho, para se reunir semanalmente com a Comissão, e quinzenalmente com os integrantes do Fórum para dar andamento aos trabalhos.
Corte de crédito - Durante a reunião, um dos principais temas abordados foi o corte de créditos para as empresas de instituições como Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e BNDES e os caminhos para que esses financiamentos sejam retomados para a continuação dos trabalhos e garantia de emprego. “Executivos que andaram fora da lei estão sendo investigados, mas não podemos cortar o crédito das empresas”, defendeu o deputado Valtenir Pereira, presidente da Subcomissão criada pela CFFC para tratar do tema.
Aprimoramento da Lei – o deputado Vicente Cândido, presidente da CFFC, apontou como entrave aos possíveis acordos de leniência entre governo e empresas envolvidas na Operação a Lei Anticorrupção que, segundo ele, da forma como está, não tem condições de abarcar um evento como a Lava Jato. O deputado diz que o aprimoramento da lei está sendo feito e que já está bem adiantado. “Estamos fazendo a reformulação da lei. Avançamos bastante nosso diálogo com o MP, a AGU e CGU, para, de forma célere e com segurança jurídica para as partes, elaborar uma lei que possa ser a luz do dia para empresas e trabalhadores”. O deputado frisou que não se pode “acobertar” ilícitos e que tudo tem de ser apurado, mas que não pode ser “um processo que não acabe nunca. É preciso deixar a economia andar”, ressaltou.
Além do aprimoramento da lei, o deputado disse que várias conversas estão sendo feitas com a direção da Petrobras para que a estatal retome contratos com empresas “injusta e indevidamente” prejudicadas pela Operação, bem como com credores dessas empresas para que desbloqueiem o crédito e aporte de recursos.