Comissão de Desenvolvimento Urbano fará audiência para debater soluções para perda de água por evaporação

A perda de água por evaporação em reservatórios brasileiros como lagos, represas e açudes superam aquelas causadas por desperdício e falhas na distribuição. E essas perdas afetam diretamente o abastecimento da população, a geração de energia, a agricultura e a piscicultura.
25/05/2016 11h17

Rosa School

Comissão de Desenvolvimento Urbano fará audiência para debater soluções para perda de  água por evaporação

Reunião aconteceu no plenário 16

Preocupado com essa situação, o deputado federal Jaime Martins (PSD-MG),

presidente da Comissão de Desenvolvimento Urbano (CDU), solicitou a realização de audiência

pública na Comissão para debater formas de redução dessas perdas usando técnicas de

proteção superficial.

Em requerimento aprovado nesta terça-feira, 24, na CDU, Jaime Martins solicita a participação

no debate do Engenheiro de Patentes e Doutor em FísicoQuímica de Superfícies, Marcos

Gugliotti, do Presidente da Empresa 3RD PEAK Natural Resources de Vancouver, Gelson

Batista, além de representantes da Companhia de Saneamento Básico de São Paulo – Sabesp e

da Companhia de Energética de Minas Gerais – CEMIG.

O parlamentar ressalta que na falta de chuvas, essas perdas aceleram a queda nos níveis das

reservas hídricas o que causa prejuízo para a indústria, além da degradação ambiental e graves

consequências socioeconômicas. A Região Nordeste do Brasil, por exemplo, é a que mais sofre

com as altas taxas de evaporação que podem chegar a 3.000 mm/ano. E, somado a isso, a

intensa evaporação na região nordestina causa aumento na salinidade da água prejudicando o

seu uso antes mesmo que ela se acabe.

Em 2002, um estudo coordenado pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) em

parceria com outras agências do governo estimou que a perda por evaporação na barragem de

Sobradinho, com área de 4.200 km², era de 300 mil litros de água por segundo. Considerando

um consumo de 120 litros/habitante/dia, essa perda poderia abastecer 216 milhões de

pessoas, ou seja, quase a totalidade da população do Brasil. Em São Paulo, considerando que a

evaporação anual na região do sistema Cantareira tenha sido de 900 mm em 2014, então

apenas a represa Jaguari-Jacareí, com 50 km², perdeu 45 bilhões de litros de água por

evaporação naquele ano, o que representaria quase metade da segunda cota do volume

morto (106 bilhões de litros).

“Levando em conta o cenário atual e as perspectivas futuras, considero importante que a

Câmara dos Deputados debata, estude e proponha soluções e políticas públicas para o

problema”, afirmou Jaime Martins ao expor preocupação com a crise hídrica.

A audiência será feita em conjunto com a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento

Sustentável e com a Comissão Especial da Crise Hídrica no Brasil.

 

Assessoria de Comunicação: Rosa School