Presidente da CDHM recebe denúncia de ataque a auditores fiscais do trabalho

Grupo Especial de Fiscalização Móvel foi alvo de tiroteio em São Felix do Xingu (PA), no exercício de suas funções. Representações dos auditores fiscais do trabalho, policiais rodoviários federais e de procuradores do trabalho pedem ao deputado Padre João (PT-MG) audiência pública da comissão para avaliar a segurança dos profissionais que atuam no combate ao trabalho escravo.
31/05/2016 18h43

Márcio Marques

Presidente da CDHM recebe denúncia de ataque a auditores fiscais do trabalho

Representantes dos profissionais do GEFM pedem audiência pública

Uma equipe do Grupo Especial de Fiscalização Móvel - GEFM, formada por Auditores-Fiscais do Trabalho, Policiais Rodoviários Federais e um Procurador do Trabalho, foi alvo de tiros durante uma ação de fiscalização na Terra do Meio, interior de São Felix do Xingu, no Pará, no dia 18 de maio. A fiscalização teve como foco o combate ao trabalho escravo. 

Segundo narraram integrantes do grupo, a equipe de fiscalização se deparou com um veículo com seis trabalhadores. Na ocasião, os trabalhadores informaram que tinham acabado de ser ameaçados, agredidos e expulsos de uma fazenda em que laboravam. A agressão partiu de sete homens encapuzados, que portavam armas de fogo longas, de calibres 12 e 44.

Diante da situação, parte do GEFM conduziu os trabalhadores à Vila Central, para resguardar sua segurança. O restante do grupo se dirigiu à outra fazenda, que também era alvo da ação fiscal. Ao chegar ao local, a equipe de fiscalização constatou que a casa onde os trabalhadores ficavam alojados estava toda revirada. Dessa forma, eles foram procurar a sede da fazenda.

No percurso, o grupo se deparou com os agressores, que passaram a disparar tiros de dentro da caminhonete em que estavam. Diante da reação da Policia Rodoviária Federal  na troca de tiros, os agressores fugiram pelo mato, abandonando a caminhonete, deixando no veículo documentos, armamento, munição, GPS, rádio e uma elevada quantia de dinheiro.

Diante desses fatos, a Secretaria de Inspeção do Trabalho - SIT, do Ministério do Trabalho, suspendeu a operação na Região, para que a ocorrência seja investigada pela polícia e o grupo possa voltar a trabalhar em segurança. No momento, toda a equipe está na Vila Central.

Frequentemente Auditores são alvos de ameaças e agressões de empregadores infratores, que descumprem as normas do trabalho decente. As agressões acontecem de Norte a Sul do país, aí incluída a Chacina de Unaí, em Minas Gerais, a mais emblemática, em que três trabalhadores foram assassinados.

O deputado Padre João sugeriu que a audiência pública solicitada seja realizada no segundo semestre, em razão da agenda do primeiro semestre da CDHM estar já comprometida.