Presidente da CDHM recebe denúncia de ataque a auditores fiscais do trabalho
Uma equipe do Grupo Especial de Fiscalização Móvel - GEFM, formada por Auditores-Fiscais do Trabalho, Policiais Rodoviários Federais e um Procurador do Trabalho, foi alvo de tiros durante uma ação de fiscalização na Terra do Meio, interior de São Felix do Xingu, no Pará, no dia 18 de maio. A fiscalização teve como foco o combate ao trabalho escravo.
Segundo narraram integrantes do grupo, a equipe de fiscalização se deparou com um veículo com seis trabalhadores. Na ocasião, os trabalhadores informaram que tinham acabado de ser ameaçados, agredidos e expulsos de uma fazenda em que laboravam. A agressão partiu de sete homens encapuzados, que portavam armas de fogo longas, de calibres 12 e 44.
Diante da situação, parte do GEFM conduziu os trabalhadores à Vila Central, para resguardar sua segurança. O restante do grupo se dirigiu à outra fazenda, que também era alvo da ação fiscal. Ao chegar ao local, a equipe de fiscalização constatou que a casa onde os trabalhadores ficavam alojados estava toda revirada. Dessa forma, eles foram procurar a sede da fazenda.
No percurso, o grupo se deparou com os agressores, que passaram a disparar tiros de dentro da caminhonete em que estavam. Diante da reação da Policia Rodoviária Federal na troca de tiros, os agressores fugiram pelo mato, abandonando a caminhonete, deixando no veículo documentos, armamento, munição, GPS, rádio e uma elevada quantia de dinheiro.
Diante desses fatos, a Secretaria de Inspeção do Trabalho - SIT, do Ministério do Trabalho, suspendeu a operação na Região, para que a ocorrência seja investigada pela polícia e o grupo possa voltar a trabalhar em segurança. No momento, toda a equipe está na Vila Central.
Frequentemente Auditores são alvos de ameaças e agressões de empregadores infratores, que descumprem as normas do trabalho decente. As agressões acontecem de Norte a Sul do país, aí incluída a Chacina de Unaí, em Minas Gerais, a mais emblemática, em que três trabalhadores foram assassinados.
O deputado Padre João sugeriu que a audiência pública solicitada seja realizada no segundo semestre, em razão da agenda do primeiro semestre da CDHM estar já comprometida.