Homofobia e intolerância dificultam combate à Aids na África, diz Jean Wyllys

O enfrentamento da Aids continua sendo um problema de saúde de difícil solução para os países da África subsaariana, destacaram representantes do governo e da sociedade civil de Zâmbia que, na manhã desta quarta-feira (15), foram recebidos pelo deputado Jean Wyllys (PSol/RJ) na Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara. O objetivo foi debater formas de cooperação técnica no enfrentamento da AIDS naquele país.
15/10/2014 17h30

Patricia Soransso

Homofobia e intolerância dificultam combate à Aids na África, diz Jean Wyllys

Delegação de Zâmbia em encontro com o deputado Jean Wyllys na CDHM

Jean Wyllys apresentou o atual panorama das políticas públicas de enfrentamento à epidemia no Brasil, as ações de seu mandato e da CDHM no enfrentamento da discriminação e prevenção de pessoas vivendo com HIV/Aids, além do trabalho da Comissão em fiscalizar e orientar a execução dos programas por parte do governo brasileiro.

O deputado explicou que, no Brasil, é rejeitada a expressão “grupo de risco” e se adota a noção de “vulnerabilidade”, por existirem populações mais vulneráveis à epidemia. como jovens homossexuais e a população negra, Zâmbia é um país que criminaliza a homossexualidade com pena de prisão. Por essa razão, Jean Wyllys disse que a homofobia e a intolerância são fatores preponderantes que dificultam o enfrentamento da epidemia na África. “Os representantes africanos se mostraram conscientes de que a homofobia não é um traço cultural dos países da África negra, mas uma herança religiosa e legal dos colonizadores britânicos a ser descartada e superada nos próximos anos”, disse o parlamentar. Zâmbia ostenta ainda alto índice de violência sexual contra mulheres, afirmaram os africanos.

Os africanos agradeceram as contribuições do parlamentar, elogiaram seu conhecimento sobre a epidemia de AIDS na África e o trabalho da Comissão parlamentar. Jean Wyllys destacou também a questão do preconceito em alta devido à epidemia do vírus ebola na África. “O encontro foi enriquecedor, porque é necessário olhar mais para o continente africano, berço de nossa civilização, do qual recebemos uma valorosa herança cultural, e para seu povo, que em tempos de ignorância e medo, por causa do surto do vírus ebola, sofre de forma crescente com o preconceito e o racismo no Brasil.”

O deputado encerrou a reunião destacando a importância da criação de uma rede de cooperação para o enfrentamento da epidemia da AIDS e em favor dos direitos das minorias.