Em audiência com ministro da Educação, Luiza Erundina denuncia violações do direito humano à educação no campo

A deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), integrante da Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados (CDHM), denunciou ontem (09/05), em audiência pública na Comissão de Educação, que sabatinou o ministro da Educação, Rossieli Soares da Silva, o desmonte de políticas públicas que garantiam o direito à educação de jovens e adultos que vivem no campo. O tema também está em pauta na CDHM porque o encerramento ou redução de programas na área resultam em violações do direito humano à educação.
10/05/2018 15h04

Antonio Augusto / Câmara dos Deputados

Em audiência com ministro da Educação, Luiza Erundina denuncia violações do direito humano à educação no campo

“A política nacional de educação no campo, instituída em 2010, está sendo desmontada pelo atual governo. Os dois programas pilares dessa política passaram por cortes, um foi encerrado, e o outro, está com tão poucos recursos que podemos dizer que acabou”, afirmou a deputada.

 

Erundina se referiu ao Programa de Licenciatura em Educação no Campo, oferecido por 38 universidades em regime de alternância, onde o estudante ao longo do curso passa alguns meses em sua comunidade e tempo igual na universidade, em períodos alternados e que não coincidem com o calendário usual das graduações tradicionais, e ao Programa Nacional da Educação na Reforma Agrária, de formação de jovens camponeses em diversas áreas de atuação.

 

Segundo a deputada, no caso do primeiro programa, desde 2017 o Ministério da Educação cortou o repasse de verbas aos jovens ingressantes nessa modalidade, o que inviabiliza a possibilidade de continuidade nos cursos, uma vez que os alunos dependem desses recursos para viabilizar sua permanência no período que estão na universidade. Em relação ao segundo projeto, a verba que era de R$ 30 milhões em 2017 caiu para apenas R$ 2 milhões, o que praticamente encerra a iniciativa. “Em 20 anos o Programa Nacional da Educação na Reforma Agrária formou 200 mil jovens. Desmontar esses projetos deixam os trabalhadores e trabalhadoras do campo sem nenhuma garantia de que terão seu direito à educação assegurado”, pontuou.

 

O tema seguirá em análise pelo presidente da CDHM, deputado Luiz Couto (PT-PB), e pela assessoria técnica da Comissão, podendo culminar na realização de debates, seminários e iniciativas de caráter legislativo.