Um dos pontos levantados foi em relação ao curso de formação para os 766 policiais de cadastro reserva. Segundo a deputada Gorete Pereira (PR/CE), autora do requerimento que propôs a realização da audiência pública, para que o excedente assumisse os cargos o mais rápido possível, a realização do curso poderia ser adiantada, já que os primeiros 1000 policiais terminam o curso no mês de maio. O Diretor do Departamento de Planejamento das Estruturas e da Força de Trabalho do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, Antônio Augusto Ignácio Amaral, afirmou que o volume de demanda que é de responsabilidade do Ministério é grande, o que justificaria outras prioridades a serem realizadas pelo Ministério. “A cada período nós trabalhamos na Lei Orçamentaria de acordo com nossos recursos para novos ingressos. Em junho e agosto a discussão da Lei será feita. O período constitucional que a Presidente da República tem para encaminhar o projeto para o congresso é até 31 de agosto”. Segundo ele, o curso de formação é longo e específico, com duração de três meses. Seria uma garantia de convocação para os policiais se eles começassem o curso agora, mas pelo período das eleições isso não seria possível, causando frustração nos profissionais. “Não chamamos a realização desse curso porque não temos clareza de nossos recursos futuros. A homologação dos concursos tem de estar com o resultados final homologado até 4 de julho no Diário Oficial. Se começarmos o curso em julho, ele termina em período eleitoral, os policias teriam de esperar até janeiro. É mais cauteloso aguardar”, disse.

       André Fonseca De Paula Leite, assessor da Subchefia de Análise e Acompanhamento de Políticas Governamentais da Casa Civil, declarou que a Casa Civil não tem participação no concurso no momento. “O processo de chamamento dos candidatos aprovados está dentro do previsto. Só temos de acompanhar tudo dentro do certame.”

       Jesus Castro Caamaño, Diretor Jurídico da Federação Nacional da Polícia Rodoviária Federal, enfatizou a carência da PRF. “Temos um quadro legal prevendo 13,98 mil cargos. Entretanto temos apenas 10 mil. Se quer temos um quadro legal completo frente a esses eventos internacionais como a Copa e as Olimpíadas”, afirmou. Ele lembrou ainda, que em 1994 uma turma de mil alunos entrou para a PRF e neste ano todos vão se aposentar fato que também justificaria a entrada de mais policiais este ano ou no mais tardar no ano que vem.

       Alon Aragão, Chefe da Divisão de Seleção e Processo da Polícia Rodoviária Federal - DPRF/DF, também esteve presente e demonstrou dados do efetivo de veículos que subiu 200%, enquanto o efetivo de policiais subiu 13% desde 1998. Em seguida, Aragão apresentou vídeo que mostrou a situação da PRF hoje, segundo ele. Fechamento de postos por causa da falta de estrutura e de policiais nos postos, policiais sozinhos realizando abordagens, o que acarreta menos segurança no trabalho e aumento de infrações por falta de fiscalização.

       Deolindo Paulo Carniel, Presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários do Rio Grande do Sul (SINPRF/RS), trou à audiência números do estado do Rio Grande do Su para exemplificar o tema. De acordo com ele, o estado tinha 44 postos, na atualidade tem 39 e vai terminar o ano de 2014 com 30 postos, a baixa é exclusivamente por falta de efetivo. Ele apresentou uma solução: “O cadastro é a maneira mais imediata de repor esse efetivo. A seleção tem oito fases e para esses policiais de cadastro reserva só faltam duas fases, o curso de formação e a nomeação. Na Copa do mundo vários postos estarão fechados. Isso deveria ser uma iniciativa do governo federal”.

       Deputados apresentaram seus pontos de vista em relação ao problema, mas foi unânime a decisão de que a nomeação dos 766 policiais deve ser feita o mais rápido possível. A deputada Gorete Pereira (PR/CE), solicitou o encaminhamento da audiência pública: “Solicitar a presença do Ministro da Casa Civil, Aloizio Mercadante, e da Ministra do Planejamento, Orçamento e Gestão, Miriam Belchior. Precisamos marcar o mais rápido possível para que a gente tenha a resposta”.