Sindicato diz que policiais federais serão o próximo alvo do PCC
O presidente do Sindicato dos Policiais Federais de São Paulo, Alexandre Santana Sally, afirmou, nesta quinta-feira (22), que os policiais federais serão os próximos alvos do Primeiro Comando da Capital, o PCC. Essa facção criminosa provocou uma explosão de violência em São Paulo ao determinar o assassinato de policiais civis e militares e a execução aparentemente aleatória de pessoas nas ruas.
“Tenho certeza de que nós somos o foco, porque a atuação da Polícia Federal (PF), com o nível de experiência que temos, vai intimidar muito a ação do PCC”, disse Alexandre.
O sindicalista participou de audiência pública na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado sobre a reestruturação de carreiras na PF. O debate foi marcado por críticas à gestão da instituição.
Quanto ao risco representado pelo PCC, Alexandre afirmou que causa preocupação o fato de agentes especializados no combate ao crime organizado estarem deslocados para funções “banais” como punição pela participação na greve encerrada no mês passado.“Há uma descontinuação muito grande no departamento. Por causa da greve, servidores especializados em investigações, principalmente ligadas ao PCC, foram deslocados para tarefas como trabalhar nos correios, em prejuízo de ações mais importantes”, sustentou.
Crise
O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais, Marcos Wink, declarou que a PF vive uma crise sem precedentes, em razão da omissão da direção da instituição na solução dos problemas existentes do órgão.
A entidade reivindica a reestruturação das carreiras dos agentes, escrivães e papiloscopistas. O representante do Ministério da Justiça na audiência, Gabriel Sampaio, disse que o ministro José Eduardo Cardozo aguarda as propostas das categorias por escrito até o próximo dia 30, para avaliar o que é possível atender.
O deputado Delegado Protógenes (PCdoB-SP), que foi delegado da PF, fez duras críticas ao órgão: “Fomos tomados de roldão pelos corruptos e corruptores que se apropriaram e instrumentalizaram a nossa polícia. Então, é nosso dever libertar o Departamento de Polícia Federal dessa estrutura”, comentou.
O deputado Fernando Francischini (PEN-PR), que também foi delegado da instituição, argumentou que a PF, da forma como está, não vai chegar a lugar nenhum. Segundo ele, o órgão está dividido em grupos que estão se digladiando.
Excedentes
Durante a reunião, candidatos excedentes de concurso para agente realizado em maio pela Polícia Federal obtiveram o apoio da Comissão de Segurança Pública para serem chamados.
O candidato Allan Guedes explicou que, ao todo, foram aprovados 747 candidatos e chamados 511. Embora as vagas anunciadas tenham sido preenchidas, ele argumentou que há mais de 2 mil cargos vagos e 3 mil ocupados por terceirizados. Além disso, ele afirmou que a PF planeja um novo concurso para o ano que vem, antes de chamar os excedentes.
Edição – Marcelo Oliveira
Fonte: Agência Câmara de Notícias