Segurança Pública discute voto de presos provisórios
Hoje há cerca de 150 mil presos provisórios no País. Presidente do TSE ressalta que estados com grande população carcerária poderão ter de implementar o sistema gradualmente.
A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado realiza audiência pública hoje para discutir o voto de presos provisórios. Participarão do debate o o ministro do Tribunal Superior Eleitoral Joelson Costa Dias; o diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional, Airton Aloísio Michels; e o advogado Délio Lins e Silva Júnior, conselheiro da Ordem dos Advogados do Brasil no Distrito Federal.
O debate foi proposto pela deputada Perpétua Almeida (PCdoB-AC). “Há, por parte dos operadores e administradores do processo eleitoral, preocupações quanto à segurança, o sigilo do voto e a conseqüente garantia do direito universal”, afirmou.
O TSE aprovou em março resolução sobre a instalação de seções eleitorais especiais em estabelecimentos penais e de internação de adolescentes, para viabilizar o voto de aproximadamente 150 mil presos provisórios e de 15.500 jovens em medida socioeducativa de internação.
Os tribunais regionais eleitorais de cada estado, conforme a resolução do TSE, vão coordenar a criação de seções eleitorais especiais em estabelecimentos penais e em unidades de internação de adolescentes.
A Constituição de 1988 garante o direito de todo cidadão de escolher seus representantes políticos por meio do voto. Em alguns estados, como Sergipe, estabelecimentos penais já proporcionam a votação desde 2002. Nas eleições de 2008, 11 estados asseguraram a votação de presos provisórios em algumas penitenciárias.
O ministro Lewandowski demonstrou preocupação com a viabilidade do voto do preso provisório nos estados com grande população carcerária, como São Paulo. Ele citou dados do TRE-SP que revelam um quantitativo de 52 mil presos provisórios no estado, distribuídos em 388 unidades. Para ponderar entre os direitos ao voto e a segurança, não apenas individual, mas também coletiva, Lewandowski sugeriu a criação gradativa do sistema, nos estados, observadas as peculiaridades locais.
A audiência será realizada no plenário 6 a partir das 10 horas.
Fonte: Agência Câmara
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