Segurança conclui votação de projeto que pune milícia privada
O projeto aumenta de um terço até a metade as penas de homicídio (simples e qualificado) se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio. Também prevê pena de reclusão de quatro a oito anos para quem participar de milícia privada.
De autoria do deputado Luiz Couto (PT-PB), o projeto foi aprovado pela Câmara em 2008, mas retornou para análise dos deputados porque foi alterado no Senado.
Uma das emendas dos senadores se refere aos serviços de segurança privada. O projeto previa detenção de um a dois anos para quem oferecesse esses serviços sem autorização legal. A comissão, no entanto, aprovou a emenda que retira essa punição.
A relatora, deputada Iriny Lopes (PT-ES), afirmou que esse tema exige mais discussão e, por isso, recomendou sua retirada do projeto. Se a punição fosse mantida, seria aplicada inclusive para os policiais que fazem trabalho paralelo fora da corporação, o chamado "bico".
A outra emenda aprovada exclui do projeto as expressões que se referem a "vingança" ou "justiça com as próprias mãos". De acordo com a relatora, essas expressões não estão relacionadas ao tema geral da proposta, que é a ação de grupos armados à margem da lei.
Crimes federais
A comissão rejeitou a emenda que acabava
com a possibilidade de federalização dos crimes de extermínio. A relatora disse
que a medida é necessária para assegurar que a Justiça federal possa julgar
esses crimes, principalmente nos casos em que integrantes dos órgãos de
segurança estaduais são suspeitos de participar de grupos de extermínio.
Também foi rejeitada a emenda que substituía os termos "milícia particular, grupo ou esquadrão" pela expressão "organização paramilitar de qualquer espécie, independentemente da finalidade". Iriny Lopes disse que essa substituição dificultaria a interpretação do tipo penal.
Tramitação
A proposta tramita em regime de urgência
e ainda precisa ser votada pelo Plenário. A Comissão de Constituição e Justiça e
de Cidadania (CCJ) aprovou, em
outubro, as mesmas duas emendas e rejeitou as outras duas.
Fonte: Agência Câmara
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