Secretário: grupos paramilitares participaram de tortura
Representantes da Comissão de Segurança Pública estiveram hoje com o delegado titular da Delegacia de Repressão às Ações de Crime Organizado, Cláudio Ferraz, e com o Secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, José Mariano Beltrame, para pedir a apuração do envolvimento de milícias em tortura de repórteres do jornal "O Dia", na favela do Batan, na zona oeste do Rio.
Segundo o presidente da comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), a cúpula de Segurança Pública do estado relatou aos parlamentares o andamento das investigações e garantiu que já identificou a participação no crime de grupos paramilitares que cobram por segurança privada em favelas cariocas. Jungmann defendeu a participação da Polícia Federal na apuração dos fatos.
Ficou acertado, durante o encontro, que a deputada Marina Maggessi (PPS-RJ) fará um estudo com o objetivo de apresentar projeto que tipifique penalmente a atividade das milícias. Para Jungmann, é grave a existência de um poder paralelo. "A deputada vai realizar estudos e apresentar uma minuta para que se possa tipificar o crime de milícia e apenar aqueles que formem esse tipo de segurança irregular e clandestina que dá proteção, de um lado, e de outro lado desobedece a lei."
Outra sugestão apresentada pelos parlamentares foi a criação, no Rio de Janeiro, de uma Vara de Justiça especializada em crime organizado.
Moção de repúdio
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou hoje uma moção de repúdio ao caso. Os deputados consideraram o evento como um atentado à liberdade de imprensa.
No dia 14 de maio, os jornalistas ficaram sete horas e meia nas mãos dos bandidos. Eles teriam sido espancados, submetidos a choques elétricos, sufocamento com sacos plásticos e roleta russa. A equipe fazia reportagem sobre a atuação de uma milícia - grupo geralmente formado por soldados, policiais ou bombeiros - no local.
Fonte: Agência Câmara
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