Secretário diz que combate a grupos de extermínio é prioridade
O secretário nacional de Promoção e Defesa dos Direitos da Pessoa Humana, Ramaís de Castro, afirmou que é prioridade da Secretaria dos Direitos Humanos acabar com os grupos de extermínio no Brasil. Ele participou, nesta terça-feira, de audiência pública da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado que debateu a ação desses grupos — em particular o que foi desarticulado recentemente em Goiás. Investigações preliminares do governo estadual apontam dezenas de desaparecimentos após abordagens de policiais militares.
Castro informou ter denúncias sobre a existência de grupos de extermínio em diversos estados brasileiros, em geral formados por policiais que resolvem fazer justiça com as próprias mãos. “O caso de Goiás não é isolado”, disse. Segundo ele, o problema ainda ocorre na Paraíba, no Rio de Janeiro e em outros estados.
O secretário destacou a iniciativa, do governo, de criar auditorias autônomas nos estados para receber denúncias dos familiares das vítimas. E disse ser preciso um amplo debate sobre como acabar com esses grupos. “Todas as ações de direitos humanos são incipientes, porque a sociedade apoia os grupos de extermínio”, afirmou.
Segundo ele, as denúncias sobre grupos de extermínio em Goiás vieram de pessoas incluídas no Programa de Proteção à Vítima e à Testemunha. “Se não fosse por elas, não teríamos a oportunidade de fazer justiça”, disse.
Amplo conhecimento
Autor do pedido de realização do debate, o deputado Delegado Waldir (PSDB-GO) disse que em qualquer local da periferia de Goiânia todos conhecem a existência dos grupos de extermínio. “A sociedade sabe quem está matando e a imprensa tem divulgado o problema”, ressaltou. “Temos mais gente desaparecida em Goiás do que em toda a ditadura”, acrescentou, cobrando medidas mais enérgicas contra os criminosos.
Reportagem – Oscar Telles
Edição – João Pitella Junior
Fonte: Agência Câmara