Secretário da Segurança admite que errou ao dizer que o Rio não é violento
O secretário da Segurança Pública José Mariano Beltrame admitiu nesta sexta-feira, em nota, que errou ontem ao afirmar que o Rio não é violento. Após lamentar a declaração, feita durante audiência na Câmara dos Deputados, o secretário disse ainda que "tem a exata dimensão dos problemas que enfrenta".
Em nota, Beltrame afirma que se retrata por conta da repercussão de sua fala na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Para o secretário, não fosse a presença do narcotráfico armado com arsenal de guerra nos morros cariocas, a situação do Rio seria comparável com a maioria das metrópoles do país e do mundo.
"O Rio é único Estado com disputa de território por facções, uso de fuzis e ideologia de enfrentamento. A população civil acaba convivendo com situações críticas nestas áreas de conflito. As áreas do Rio que não sofrem com a influência danosa da guerra de facções têm problemas típicos de qualquer cidade grande, mas mesmo as pessoas que moram nestas áreas são vítimas do contexto por conta do trauma que tais eventos provocam", afirmou nesta sexta.
Polêmica
Além de afirmar que o Rio de Janeiro não é violento, Beltrame disse em Brasília que "[a cidade] tem núcleos de violência com índices de criminalidade, em determinadas áreas, europeus."
De acordo com as declarações do secretário, "as microrregiões onde acontecem eventualmente os confrontos, muitas vezes entre traficantes, não retratam a imagem da cidade como um todo".
"Isso acontece pontualmente e em alguns lugares da cidade. É, no mínimo, injusto ou temerário dizer que o Rio de Janeiro é violento", disse o secretário de Segurança, que se referiu aos últimos eventos violentos no Rio como um "11 de Setembro".
Ele também cobrou dos parlamentares mudanças na legislação penal para melhorar o trabalho da polícia. Beltrame defende uma lei para tipificar o crime de milícia, a revisão dos dispositivos legais que tratam da proteção a testemunhas e mudanças na legislação de licitação.
Fonte: Folha Online