Especialista na área de prevenção e combate ao crime financeiro (financial crime compliance) do HSBC Bank Brasil, Antonio Fernando Ribeiro declarou que o banco vem tomando medidas de combate ao crime financeiro no mundo todo, e que no Brasil houve transformações profundas, como, por exemplo, a revisão completa da base de clientes e o fechamento de contas dormentes (sem movimentação por muito tempo).

Ribeiro, que representa o HSBC em audiência pública da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, afirmou que essas ações foram tomadas após o escândalo financeiro envolvendo o HSBC que ficou conhecido como SwissLeaks. Segundo ele, o banco também está monitorando, por meio de salas de controle, localidades com maior risco de crimes financeiros.

De acordo com denúncias feitas pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ na sigla em inglês), com sede em Washington, Estados Unidos, o banco teria auxiliado alguns dos seus correntistas, muitos deles traficantes e ditadores, a esconder dinheiro suspeito desses clientes em contas na Suíça.

Há 15 meses trabalhando no banco na área de prevenção e combate ao crime financeiro, Ribeiro disse ainda que é política do banco cooperar com as autoridades do país em que atua. Ele afirmou, porém, que não pode falar sobre nada que envolva sigilo bancário, e também declarou que o HSBC Bank Brasil não tem informação sobre correntistas do banco em outros países.

Lobistas
O deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), que sugeriu a realização da audiência, disse que não se trata de uma desconfiança, mas é imprescindível saber qual a participação do HSBC brasileiro e do exterior nesse caso.

Fortes afirmou ainda que foi procurado por lobistas do setor bancário para que retirasse o requerimento e ficou magoado com essa atitude.

A audiência ocorre no plenário 6.

Fonte: Agência Câmara