Raul Jungmann defende retirada das Forças Armadas do Rio de Janeiro
Raul Jungmann foi ao Rio de Janeiro acompanhar o caso do assassinato dos três jovens presos pelo Exército e assassinados após serem entregues a traficantes. Para ele, é preciso “punição exemplar para aqueles que praticaram esse crime bárbaro”.
O deputado federal Raul Jungmann (PPS-PE), presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara, defendeu, nesta terça-feira, a retirada das Forças Armadas dos morros do Rio de Janeiro, após almoçar com o ministro da Defesa, Nelson Jobim e com o comandante militar do Leste, general Mário Matheus de Paula Madureira. “Não se pode empregar as Forças Armadas em missões como essa antes da regulamentação da Garantia de Lei e da Ordem, a GLO”, justificou Jungmann. “Essa é uma tarefa que está atrasada”, insistiu.
Sem a regulamentação questões como “para que empregar, como fazer isso e a quem responsabilizar ficam indefinidas, num vácuo infra-constitucional”, disse o deputado, que está no Rio de Janeiro acompanhando o desenrolar das investigações sobre o assassinato de três jovens entregues por homens do Exército a traficantes.
Chacina e audiência
A regulamentação depende do Congresso Nacional. Jungmann anunciou que a Comissão de Segurança vai realizar uma audiência conjunta com as comissões de Direitos Humanos e de Defesa Nacional para ouvir autoridades responsáveis pela segurança pública e pelas Forças Armadas.
O objetivo é discutir o episódio ocorrido no fim de semana na capital carioca. Onze militares do Exército entregaram três jovens presos no Morro da Providência, por supostamente terem incorrido em desacatado, a traficantes do Morro da Mineira, pedindo-lhes que dessem a eles um “corretivo”. Os militares estão detidos e os jovens foram assassinados, após tortura, e seus corpos jogados num lixão.
“Viemos, em nome da comissão, nos informar sobre esses fatos trágicos”, disse Jungmann sobre o encontro com Jobim e Madureira. Para ele, é preciso “punição exemplar para aqueles que praticaram esse crime bárbaro”. Outra providência que Raul Jungmann adiantou será a formação de uma comissão externa para acompanhar o desdobramento do caso e, no final, apresentar um relatório.
Fonte: Assessoria de Imprensa do PPS