Policiais militares do Distrito Federal pedem carreira única em audiência pública

Categoria reivindica que a ascensão de soldado para oficial seja feita por meio de concurso interno – e não de concurso público.
22/11/2013 13h59

Um grupo de deputados se comprometeu, nesta quinta-feira (21), a reivindicar junto ao governo do Distrito Federal e ao governo federal a reestruturação da carreira dos policiais militares do DF. Em audiência pública na Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, os policiais disseram não aceitar mais o que consideram a rigidez atual da carreira.

A deputada Erika Kokay (PT-DF), uma das autoras do pedido do debate, explicou que os soldados precisam fazer um novo concurso público para alcançar os postos mais altos da corporação: "Aquele que ingressa na carreira, ele não necessariamente chega a coronel porque ele tem que se submeter a outro processo seletivo. Nós podemos discutir a carreira única. Eu não posso ter uma pessoa 10 anos na mesma patente".

Projeto em estudo
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Distrito Federal, coronel Júlio César dos Santos, disse que já está em estudo um projeto que prevê apenas um concurso interno para que o soldado chegue a oficial: "Aprovado em concurso, ele fará um curso; o curso tem dois anos de duração. Cumprido o curso, ele é promovido a aspirante e segue a carreira de oficial com acesso até coronel".

O secretário de Segurança Pública do Distrito Federal, Sandro Avelar, concordou com a proposta. Ele disse que a união dos policiais facilita a defesa de outras reivindicações da categoria.

Direitos humanos
A deputada Erika Kokay afirmou que a comissão poderá discutir ainda os diversos projetos que tratam da desmilitarização da polícia. O sargento Roner Gama, representante da Associação Rede Democrática, também citou a necessidade de igualar os salários das diversas polícias.

A audiência também tratou dos direitos humanos dos policiais. O comandante-geral da Polícia Militar do Distrito Federal, Jooziel Freire, disse que alguns policiais chegam a trabalhar 20 horas por dia por falta de colegas para substituí-los. E algumas folgas são prejudicadas pela necessidade de os policiais comparecerem a audiências nos tribunais.

Reportagem – Sílvia Mugnatto
Edição – Dourivan Lima

Fonte:  'Agência Câmara Notícias'