A presidente da Câmara dos Deputados do México, deputada Ruth Zavaleta Salgado, participou de audiência, na tarde desta terça-feira (15/07), com deputados que integram a Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. A reunião teve como objetivo, a discussão sobre temas de interesse bilateral relacionados à segurança entre os dois países, tais como o crime organizado, o combate ao narcotráfico e a delinqüência.

Segundo a deputada, que foi recebida oficialmente pelo presidente da comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), e pelos deputados Marina Magessi (PPS-RJ), Guilherme Campos (DEM-SP) e Antonio Carlos Biscaia (PT-RJ), legislações relacionadas à segurança são uma das principais preocupações do parlamento mexicano - ao lado da crise alimentar, do meio ambiente e da questão da imigração ilegal.

Foram estes os principais temas, de acordo com a deputada, que a levaram a visitar o Congresso brasileiro e trocar experiências. O deputado Raul Jungmann afirmou que a segurança pública no Brasil, hoje, é praticamente uma questão republicana em função dos altos índices de violência observados em todos os estados do país.

Jungmann lembrou da realização, pela manhã, de evento de preparação para o Fórum Nacional de Segurança (do qual participou), que reúne representantes das mais diversas áreas para discutir o setor. Ele enfatizou que, entre outros temas voltados para a segurança pública, os deputados têm se empenhado na reforma do Código de Processo Penal, que data de 1941, e na discussão da regulamentação das Forças Armadas na garantia da lei e da ordem.

Crimes transnacionais
Segundo o presidente da comissão, existe uma necessidade latente, por parte do Legislativo brasileiro, de elaboração de leis conjuntas com outros países referentes aos chamados crimes transnacionais e também ao terrorismo, uma vez que ambos estão relacionados tanto com a questão da segurança propriamente, como também com a defesa nacional.

Um segundo ponto sugerido por Jungmann para vir a ser discutido posteriormente entre os dois Congressos (Brasil e México) é a questão do narcotráfico. Além do controle conjunto de armas e munições fabricados e vendidos nos dois países – este último, item que, segundo o deputado, poderia reduzir de forma considerável o desarmamento e a violência.

Peculiaridades
A deputada Marina Magessi, por sua vez, ressaltou que tem avaliado bastante os problemas de segurança no México que, ao seu ver, possuem peculiaridades diferentes do Brasil. "O Brasil vive com o varejo do crime organizado e o México, com o atacado", comparou, ao acrescentar: "temos acompanhado notícias, no país de vocês, de assassinato de juízes e autoridades diversas nesse combate". Na opinião da deputada, justamente em função das diferenças existentes, os parlamentares dos dois países têm muito o que aprender uns com os outros.

A presidente da Câmara mexicana, deputada Ruth Zavaleta Salgado destacou que pretende, daqui por diante, abrir uma espécie de intercâmbio com o Congresso brasileiro para discutir estas e outras propostas e que, inclusive, conversou sobre o assunto com o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP). Zavaleta Salgado fez questão de deixar claro que este é apenas um dos encontros sobre o tema.

Assessoria de Imprensa/ Comissão de Segurança Pública