Parlamentar se reúne com parentes de jovens encontrados mortos no Rio
O presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, Raul Jungmann, se encontra na manhã desta quarta-feira, com parentes dos três jovens do Morro da Providência encontrados mortos no último domingo, no lixão de Gramacho, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
O encontro acontece na quadra esportiva da Providência, localizada no fim da Ladeira do Barroso. Em seguida, o deputado volta a Brasília, onde se reúne com a Comissão de Segurança Pública para discutir o assunto.
Os depoimentos de 8 dos 11 militares acusados do crime apontam para o tenente Vinícius Ghidetti como único responsável pela operação. Mesmo depois de ter recebido a ordem de um capitão para liberar os rapazes, Ghidetti teria decidido dar um “corretivo” nos jovens. Nesta quarta-feira serão ouvidos mais dois militares acusados de envolvimento no crime.
“Tô cag… para o capitão”, teria dito o oficial, segundo os praças que prestaram depoimento ontem. Os oito militares foram ouvidos entre 13 horas e 21h30. O delegado Ricardo Dominguez ouviu os acusados para determinar a participação de cada um no episódio. Ele definiria ainda quais seriam indiciados por seqüestro ou por homicídio triplamente qualificado. (Leia mais)
Marcos Paulo da Silva, de 17 anos, Wellington Gonzaga Costa, 19, e David Wilson Florença da Silva, 24, moradores do Morro da Providência, na Zona Portuária do Rio, teriam sido entregues no último sábado e mortos, menos de 12 horas depois, por traficantes do Morro da Mineira, no Catumbi.
Em depoimento ao titular da 4ª Delegacia de Polícia, delegado Ricardo Dominguez, alguns dos suspeitos teriam confessado o crime. Os jovens foram detidos pelos militares às 7h30 do sábado, quando voltavam de táxi de um baile funk, por desacato. Porém, o comandante da tropa determinou que eles fossem liberados após serem ouvidos.
Testemunhas afirmam que os rapazes ficaram sob o poder dos militares até as 11h30 e depois foram entregues a traficantes de uma facção rival a do Morro da Providência, onde os rapazes moravam, no Morro da Mineira, onde foram executados. Há denúncias de que as vítimas teriam sido vendidas por R$ 60 mil.
Nesta segunda-feira, após o enterro dos três jovens, moradores do Morro da Providência protestaram em frente à sede do Comando Militar do Leste (CML). Durante a manifestação, policiais do Exército entraram em confronto com os moradores, atirando bombas de efeito moral.
Fonte: Agência Brasil