Operações da PF não tiveram interferência política, diz ministro

04/12/2012 10h05

Foto: Alexandra Martins

Operações da PF não tiveram interferência política, diz ministro

Audiência Pública com o Ministro da Justiça

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse há pouco que, apesar de a Polícia Federal ser um órgão subordinado ao seu ministério, nenhuma das duas operações recentemente deflagradas pelo órgão tiveram interferência dele.

“Sempre que pessoas do mundo político ou econômico são investigadas há muita tensão, controvérsia e confusões”, disse o ministro, em audiência pública na Câmara. “Mas afirmo aqui que nenhuma dessas operações é fruto de instrumentalização do ministro da Justiça e nem de descontrole da Polícia Federal”, disse. Segundo o ministro, há anos a PF evoluiu de um status de polícia de governo para se tornar, de fato, uma polícia de Estado, “sem qualquer interferência política”.

Cardozo disse ainda que normalmente o ministro da Justiça só toma conhecimento das operações no momento em que elas ocorrem. Em relação à Operação Porto Seguro, o ministro disse que foi informado de maneira genérica, no dia anterior, de que haveria uma operação envolvendo um órgão do governo.

“Ainda na quinta-feira (22/11), informei a presidente Dilma Rousseff que haveria uma operação da PF no dia seguinte envolvendo órgão do governo, mas sem detalhes, porque eu não os tinha naquele momento”, disse Cardozo.

Segundo o ministro, ele manteve a agenda de quinta-feira e viajou para Fortaleza (CE), onde seria o anfitrião de um encontro de ministros do Mercosul. “Somente na manhã de sexta-feira, de volta a Brasília, tive um encontro com o doutor Leandro Daiello Coimbra, diretor-geral da Polícia Federal, em minha residência, e aí pude tomar conhecimento do teor de todos os mandados que haviam sido cumpridos naquele dia”, disse.

O ministro da Justiça participa neste momento de audiência pública realizada pelas comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; e de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara. A reunião ocorre no Plenário 6.

Reportagem – Murilo Souza
Edição – Daniella Cronemberger