Número de mortes caiu após Estatuto do Desarmamento, ressalta Viva Rio

19/06/2012 19h00

O representante do Movimento Viva Rio, Antonio Rangel Bandeira, afirmou que em 2003, quando foi aprovado o Estatuto do Desarmamento, havia, em média, 39 mil homicídios por arma de fogo no Brasil ao ano. Depois que a lei entrou em vigor, limitando a permissão para o porte de armas, o último levantamento, de 2010, mostrou que o número de mortes caiu para 34.300.

"É um retrocesso mudar o Estatuto do Desarmamento para liberar o porte de armas para certas categorias", afirmou, em audiência da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.

Ao afirmar que "arma atrai arma", Antonio Bandeira contou que, nos anos 90, um general que foi secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro distribuiu fuzis para os policiais militares fazerem suas rondas. "Cinquenta desses fuzis foram vendidos para criminosos. Depois, os policiais começaram a ser assassinados na rua, porque os bandidos queriam roubar esse armamento. Os policiais passaram a andar em grupos para não ocorrer mais isso", contou.

Antonio Rangel Bandeira acredita que os agentes de fiscalização dos Departamentos de Trânsito (Detrans), que querem ter direito a porte de arma, vão correr o risco de serem assassinados por assaltantes de armas.

"Se a profissão tem risco, é necessário pedir apoio policial. A tendência, no mundo, é desarmar as polícias. As grandes polícias estão trocando armas de fogo por armas de baixa letalidade, que imobiliza os bandidos", declarou.

Antonio Rangel Bandeira considera "um equívoco" dizer que a arma de fogo é boa para a defesa. "Ela é boa para o ataque. Para ela ser boa para a defesa, você tem que ver o assaltante antes. Isso raramente ocorre", disse.

Bandeira participa de audiência da Comissão de Segurança Pública sobre cinco projetos que alteram o Estatuto do Desarmamento e autorizam o porte de armas para diversas categorias, como agentes de trânsito e advogados. O debate ocorre no Plenário 6.

Reportagem - Renata Tôrres/Rádio Câmara
Edição - Daniella Cronemberger


Fonte: Agência Câmara