Ministro se desculpa por crimes
A pedido do presidente, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o Presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, Raul Jungmann, vieram ao Rio para acompanhar a apuração do caso.
Oito militares do Exército prestaram depoimento nessa terça-feira sobre o envolvimento no assassinato dos três jovens do Morro da Providência por traficantes da Favela da Mineira. Foram mais de 12 horas de interrogatório no quartel da polícia do Exército, na Tijuca, Zona Norte do Rio.
O delegado ainda houve, hoje, mais duas testemunhas do caso, que são moradores do Morro da Providência e teriam visto os jovens sendo detidos pelos mititares. O inquérito deve ser concluído na segunda-feira (23).
A terça-feira foi movimentada por causa das investigações do assassinato dos jovens. A pedido do presidente Lula, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o Presidente da Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, Raul Jungmann, vieram ao Rio para acompanhar a apuração do caso.
O ministro Nelson Jobim se reuniu com generais do Estado Maior do Comando Militar do Leste. Depois, foi ao Morro da Providência. O esquema de segurança foi reforçado. Soldados se espalharam pela favela enquanto Nelson Jobim percorria as ruas do morro. Ele viu as obras que estão sendo feitas sob o comando dos militares e conversou com parentes dos rapazes assassinados.
Na casa da tia de uma das vítimas, prometeu justiça: “Não vai ficar impune. Vim aqui para isso mesmo”.
Nelson Jobim se desculpou oficialmente com moradores em nome do Exército. “Vamos deixar bem claro a indignação do governo em relação ao fato. Não podemos confundir esse fato com a ação do Exército e as obras que são realizadas”, defendeu o ministro.
O general que comanda a ocupação do morro se reuniu parentes e amigos das vítimas e informou que deve instalar uma ouvidoria na favela para receber as queixas dos moradores. Ele se desculpou pessoalmente pela atitude dos militares. As mães dos rapazes não se conformam.
O presidente da comissão de segurança da Câmara de Deputados, Raul Jungmann, também veio ao Rio para acompanhar as investigações.
“A Constituição determina que as Forças Armadas respondam pela garantia da lei e da ordem. Entretanto, essa norma constitucional nunca foi regulamentada. Enquanto isso não acontecer, estaremos vivendo uma situação anômala, que não pode se perpetuar e que possibilita a ocorrência de equívocos como esse”, afirmou Raul Jungmann.
Fonte: RJTV (TV Globo)