Especialistas defendem segurança pública no Rio como prioridade
A situação da segurança pública no Rio de Janeiro deve ser prioridade do País. E isto não apenas por causa das competições esportivas que acontecerão na cidade na próxima década - Copa de Futebol em 2014 e Olimpíadas em 2016 - , mas principalmente porque o crime organizado na cidade está diretamente ligado ao tráfico de drogas.
A ideia foi defendida nesta quinta-feira por todos os convidados da audiência pública sobre o tema promovida pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado.
Na audiência, os deputados ouviram da cúpula da segurança pública no estado do Rio e do secretário executivo do Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci), Ronaldo Teixeira, o que tem sido feito para combater a criminalidade no estado.
Mudança de paradigma
Para o dirigente do Pronasci, derrotar o crime no Rio servirá de exemplo para as outras metrópoles brasileiras. "É preciso vencer essa batalha do Rio para termos de fato uma mudança de paradigma no País, e é lá exatamente que nós estamos instituindo um novo conceito, que é articulações de segurança pública e ações sociais de caráter preventivo", disse Teixeira.
"Nós não temos dúvida que de essa relação entre ações de segurança strictu-sensu e as ações sociais capazes de prevenir de fato é que podem alterar o paradigma da segurança pública no País, especialmente no Rio de Janeiro", acredita.
Campeão em recursos
O Rio de Janeiro é o estado campeão em recursos recebidos pelo Pronasci. Foram R$ 200 milhões nos últimos dois anos. São recursos como um bônus de R$ 400 para os policiais militares que realizarem cursos de capacitação.
Quantia que faz diferença para os policiais cariocas, que começam a carreira ganhando menos de mil reais por mês. Mas, apesar dos esforços, a guerra nos morros cariocas continua.
A derrubada por traficantes da Vila Cruzeiro de um helicóptero da polícia mês passado no Morro dos Macacos matou três dos seus ocupantes e mostrou o poder de fogo dos criminosos.
Descaso
Para a presidente da Comissão de Segurança Pública, Marina Maggessi (PPS-RJ), o problema continua sendo de descaso. "A situação sempre está ficando mais complicada. Não quero ficar aqui repetindo jargão de político de que eles estão pressionados e tal. Não é nada disso não. Eles [os traficantes] estão muito bem armados", explica a deputada.
Segundo a parlamentar, a Vila Cruzeiro é um lugar que foi abandonado. "Quando nós prendemos o traficante Elias Maluco, na época em que ele matou o jornalista Tim Lopes, acabou o tráfico ali. Hoje, eu posso te dizer que mil homens não entram ali".
Mas o secretário de Segurança Pública do Rio, José Beltrame, acha que o incidente pode ajudar na mobilização do governo e da sociedade para finalmente resolver a questão da segurança no estado.
"A segurança pública, como disse muito bem o nosso deputado, não é a polícia. Nós temos uma série de questões que tem que ser trazidas e este é o momento. Eu conclamo que nós avancemos com o Pronasci, com as mudanças legislativas, com as punições dos policiais", diz Beltrame.
Fonte: Agência Câmara
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