Encontro discute estratégias de combate às milícias no Rio
Nesta terça-feira (03/06), às 14h, o presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados, Deputado Raul Jungmann (PPS-PE), se reúne com o Secretário Estadual de Segurança, José Mariano Beltrame. O deputado quer saber detalhes do atentado e da tortura que os jornalistas do jornal O Dia sofreram. O objetivo é, com estas informações, elaborar estratégias para políticas públicas que ajudem a combater as milícias no Rio.
Também participam dessa reunião os deputados federais Marina Maggessi (PPS-RJ) e Marcelo Itagiba (PMDB-RJ) – que integram a Comissão de Segurança; o Comandande da PM, Coronel Pitta; o chefe de Polícia, Gilberto Freire; e o Delegado Cláudio Ferraz, da Delegacia de Combate ao Crime Organizado.
“O governo federal pode, sobretudo, reforçar os efetivos da Polícia Federal, que é responsável pelo controle da segurança privada. As milícias hoje são seguranças privadas sem nenhuma regulação, nem nenhuma regulamentação ou fiscalização. É fundamental que se dê um basta nestas milícias, que são hoje um poder paralelo. Portanto, nós estamos aqui para colher informações e também para apresentar sugestões de como minimizar e resolver esse problema”, comentou Raul Jungmann.
Provas para formalizar denúncia
O secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame já confirmou que policiais participaram da tortura contra os jornalistas. A Delegacia de Combate ao Crime Organizado busca provas para formalizar a denúncia contra os acusados. “Nós estamos fechando provas, fechando informações para fazer mais um trabalho de qualidade. Acho que é temerário levantarmos qualquer tipo de questão que venha a prejudicar mais esse trabalho investigativo da polícia do Rio de Janeiro”, ressaltou José Mariano Beltrame.
A polícia já apresentou armas, botijões e equipamentos de uma central clandestina de TV a cabo. O material foi encontrado em uma casa que seria o quartel-general da milícia do Batan. A equipe do jornal O Dia estava na comunidade para fazer uma reportagem sobre a ação da milícia. O policiamento está reforçado no local.
Nesta segunda-feira (2), em frente à Câmara de Vereadores, parentes de vítimas da violência, políticos e representantes de organizações não-governamentais (ONGs), da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e do Sindicato dos Jornalistas lembraram os seis anos da morte do jornalista Tim Lopes, que também foi torturado em uma favela do Rio.
“O que não pode mais é ficar nessa inércia de não mudar as regras do jogo. A gente tem que mudar a nossa capacidade de enfrentar. Em todo lugar em que há milícia é complicado. Então precisa de um esforço maior por parte de todo o sistema da ordem pública”, comentou o Coordenador do Viva Rio, Rubem César Fernandes.
Wadih Damous, presidente da Ordem dos Advogados do Brasil-Rio, destacou que “o Brasil e a sociedade brasileira ainda têm uma longa marcha pela frente na conquista de direitos básicos de cidadania, dentre os quais, esse tão importante que é o direito a livre informação”.
Fonte: RJTV (TV Globo) com Assessoria de Imprensa/ Deputado Raul Jungmann