Deputados se solidarizam com vítimas de atirador no Rio
Diversos deputados lamentaram em plenário o assassinato de dez meninas e um menino em uma escola em Realengo, no Rio de Janeiro, por um ex-aluno nesta quinta-feira (7). Conforme notícias veiculadas pela imprensa, um rapaz de 23 anos, identificado como Wellington Menezes de Oliveira, invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira, atirou contra os alunos e se matou. Além dos mortos, 17 pessoas teriam ficado feridas.
Em entrevista no Salão Verde, o presidente da Câmara, Marco Maia, disse que o clima é de consternação e ressaltou a necessidade de medidas para contornar a situação. Ele acredita, no entanto, tratar-se de um caso isolado. “Isso é mais comum nos Estados Unidos”, disse Maia.
O deputado Hugo Leal (PSC-RJ) anunciou a tragédia ao Plenário. Ele disse que nada justifica o ato e manifestou solidariedade às famílias em luto.
Na opinião do deputado Chico Alencar (Psol-RJ), o ato foi “um desatino humano absoluto”. Ele recomendou à sociedade brasileira que reaja contra essa cultura da violência, que estaria sendo importada dos Estados Unidos e do Canadá. “Temos de reagir e pensar nas causas: o armamentismo desenfreado, o contrabando e a visão cultural de que a violência resolve tudo”, declarou.
O deputado Miro Teixeira (PDT-RJ) recomendou às autoridades que se pronunciem para que fatos como esse não se repitam. “Esses fatos, que não são de criminalidade, são de violência, acabam se disseminando. Uma palavra do poder público, do Ministério da Justiça, da Câmara dos Deputados, dos senhores deputados, das senhoras deputadas, pode ajudar para que nos seus estados as pessoas fiquem alertas para que esse fato não se repita”, afirmou.
Ações do Congresso
O O presidente da Comissão de Segurança Pública e combate ao crime organizado, deputado Mendonça Prado (DEM-SE), nomeou os deputados Alessandro Molon (PT), Dr Carlos Alberto (PMN) e Stepan Nercessian (PPS), todos do Rio, para acompanhar a situação na cidade.
Os parlamentares vão reunir informações e realizar pesquisas com a Secretaria de Segurança Pública do Rio para discutir o assunto e elaborar leis de combate a esse tipo de crime. Alessandro Molon lembrou já ter proposto à Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado a realização de uma audiência para discutir o controle de armas e munições. O pedido foi aprovado ontem.
“O Congresso e a Comissão de Segurança Pública têm o dever de se debruçar sobre o assunto e ver quais medidas podemos tomar preventivamente para que tragédias como essa não voltem a ocorrer no País”, disse Molon.
Escolas
O deputado Ricardo Quirino (PRB-DF) reclamou da vulnerabilidade das escolas brasileiras. “Precisamos dar mais atenção à segurança nas escolas. Essa vulnerabilidade em que se encontram as escolas, os professores e os alunos vem de encontro a tudo aquilo que nós lutamos: a qualidade do ensino.”
Para o deputado Gabriel Chalita (PSB-SP), a escola brasileira pode estar perdendo seu sentido, quando deveria ser um “centro de luz” em uma comunidade.
Já os deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e Anthony Garotinho (PR-RJ) ressaltaram a importância da religião para evitar a violência. Garotinho recomendou a oferta de aulas de ensino religioso nas escolas. Ele lembrou que, quando governador do Rio (1999-2002), aprovou a lei do ensino religioso nas escolas do estado, recentemente revogada.
O Plenário fez um minuto de silêncio em homenagem às vítimas da chacina.
Edição – Pierre Triboli
Com informações da Rádio Câmara