Deputado relata, em plenário, viagem ao Rio e encontro com familiares de jovens assassinados
O deputado Raul Jungmann (PPS-PE) subiu ao plenário da Câmara, nesta quinta-feira (19/06), para relatar aos colegas parlamentares os resultados da sua viagem ao Rio de Janeiro, onde se informou e acompanhou as providências que estão sendo tomadas em relação ao caso dos jovens mortos em episódio envolvendo policiais do Exército no Morro da Providência. O deputado afirmou que, durante a viagem, se reuniu com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e com o comandante do Exército para tratar o problema. No dia seguinte, ele (Jungmann) foi até o local onde aconteceu a tragédia e conversou com a comunidade e os parentes das vítimas.
“Tivemos uma experiência que jamais gostaríamos de repetir, que foi a de tomar contato com a dor infinita daqueles familiares, sobretudo das mães que perderam seus filhos”, relatou Raul Jungmann. “Uma das mães disse que quando abriu o caixão não reconheceu a face do filho”, ressaltou o parlamentar, ao deixar claro que não estava narrando o que viu e ouviu no contato com as famílias das vítimas com o intuito de “acrescentar um detalhe mórbido” ao seu depoimento. E sim, para “dar uma idéia da selvageria e da barbárie ali cometidas”.
Jungmann, que é presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara, enfatizou que, em nome do Congresso Nacional, pediu desculpas aos familiares das vítimas da tragédia do Rio, uma vez que existe uma questão política por trás do assunto. Ele se referiu ao fato de, vinte anos após a promulgação da Constituição de 1988, o Congresso ainda não ter regulamentado a atuação das Forças Armadas na Garantia da Lei e da Ordem (GLO).
Por conta disso, destacou, a Comissão de Segurança aprovou ontem (quarta-feira, 18/06), a criação de uma subcomissão para acompanhar e relatar à Câmara o desenrolar das conseqüências dos assassinatos – investigações e punições. Outra subcomissão sancionada pela Comissão de Segurança está encarregada de elaborar projeto de lei complementar para regulamentar a GLO. “Porque a utilização casuística, pontual do Exército, e sua eventual politização consistem em desserviço a todos”, enfatizou o deputado. Segundo, ainda, Raul Jungmann, o Congresso precisa lutar, ao cumprir seu papel, para que situações como a que foi observada no Rio de Janeiro não voltem a ocorrer.
Fonte: Site do PPS com Assessoria de Imprensa/Deputado Raul Jungmann