Deputado questiona PF sobre mala diplomática de Rose que conteria 25 milhões de euros.

05/12/2012 14h40

O deputado Anthony Garotinho (PR-RJ) indagou, há pouco, os representantes da Polícia federal (PF) sobre a suspeita de que a ex-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, teria viajado a Portugal com uma "mala diplomática" contendo 25 milhões de euros.

“Não parece estranho que uma pessoa suspeita de envolvimento com irregularidades em diversos órgãos não tenha tido o sigilo telefônico quebrado?”, disse Garotinho, sugerindo uma possível falha da PF no andamento das investigações.

Em nome da PF, o superintendente regional da instituição em São Paulo, delegado Roberto Ciciliati Troncon, afirmou que o órgão desconhecia a informação até ela ser publicada domingo no blog de Garotinho.

“Diante dessa informação, que para nós é nova, vamos movimentar nosso adido em Lisboa para buscar mais informações”, disse o delegado, que participa de audiência pública conjunta das comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; e de Fiscalização Financeira e Controle.

Interferências na investigação
Para o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, a decisão de investigar Rosemery com fins judiciais não pode se basear em trechos de e-mails que foram pinçados pela imprensa de um inquérito de quase 11 mil páginas. ”Ela tinha, sim, uma atuação, facilitava contatos e obteve favores por conta disso, mas não tinha poder para interferir no que estava sendo investigado”, afirmou Cardozo.

Cardozo disse ainda que apesar de não ser indiciada por formação de quadrilha, Rosemery foi indiciada por outros crimes, como falsidade ideológica, em razão de ter atuado para conseguir diploma falso para o marido assumir cargo no Banco do Brasil.

Para o deputado Ivan Valente (Psol-SP), um dos problemas sérios é que Rosemery interferiu na indicação de pessoas que atuaram em cargos importantes do governo, como as agências reguladoras. “Ela não é só uma secretária, ela operou em uma posição importante de todo o processo”, disse.

Reportagem – Murilo Souza 
Edição – Newton Araújo