Presidente da Comissão de Segurança quer vara especial para crime organizado.
Raul Jungmann acha que milícia é como Farc colombiana, que aterroriza uma região.

Depois de uma hora reunido com a cúpula da Secretaria de Segurança do Rio, o deputado federal Raul Jugmann (PPS-PE), presidente da Comissão de Segurança da Câmara, disse que vai propor a tipificação do crime de formação de milícia. Assim como o secretário José Mariano Beltrame, o deputado acha primordial a criação de uma vara especial para julgar o crime organizado.

"'Tráfico não dá voto. Milícia dá voto e elege parlamentares que fecham toda uma região a outros candidatos. Isso é muito grave, pois representa a participação das milícias no poder do estado. Elas são como a Farc, que aterrorizam a região. Este é um problema grave, uma ameaça aos direitos humanos e à democracia", disse Jungmann, que vai encaminhar um relatório da reunião ao Supremo Tribunal Federal e ao Conselho Nacional de Justiça e propor uma audiência pública para discutir mudanças na lei.

O deputado acredita um bom começo para combater as milícias seria a regularização do transporte alternativo de vans e kombis no Rio. Segundo ele, é do transporte de vans que as milícias se alimentam financeiramente.

"Prefeitura e estado colaborariam muito se regularizassem o transporte de vans. Esse é um problema que já foi resolvido em outros estados. O Rio pode fazer isso", disse Jungmann, informando que a Secretaria de Segurança deverá apresentar em breve os resultados sobre a investigação da milícia que torturou e manteve como refém uma equipe de reportagem do jornal "O Dia", no dia 14 de maio, na Favela do Batan, em Realengo, na Zona Oeste da cidade.

Jugmann diz que se a milícia consegue ocupar a favela, o estado também tem de conseguir. Para isso, afirma que é preciso melhorar o salário dos policiais e aumentar a presença do estado nas comunidade.

Fonte: Globo.com