O deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP) disse, há pouco, que considera difícil aceitar o não envolvimento da ex-chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, com a quadrilha que negociava a venda de pareceres favoráveis a empresas.

“Parece improvável uma pessoa ter interferido diretamente na nomeação para cargos em diversos órgãos, ter recebido favores por isso e mesmo assim não fazer parte dessa quadrilha”, disse Sampaio, que participou de audiência pública conjunta das comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; e de Fiscalização Financeira e Controle.

A reunião, encerrada há pouco, foi proposta pelos deputados Efraim Filho (DEM-PB), Edson Santos (PT-RJ) e Mendonça Filho (DEM-PE) para ouvir o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, sobre a crise da segurança pública no País, em especial no Estado de São Paulo, e sobre as operações Porto Seguro e Durkheim da Polícia Federal (PF).

A deputada Erika Kokay (PT-DF) destacou que o simples fato de o ministro comparecer para debater com os parlamentares operações recentemente deflagradas pela PF é um sinal de amadurecimento e de conduta republicana do atual governo.

O vice-líder do governo deputado José Guimarães (PT-CE) também destacou a transparência das condutas do ministro da Justiça e da Polícia Federal. Para Guimarães, há uma evidente tentativa de envolver o nome do ex-presidente Lula nas investigações em análise pela Operação Porto Seguro.

O presidente da Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, deputado Efraim Filho, no entanto, afirma que ainda é necessário analisar com mais profundidade os documentos obtidos durante a operação para que se chegue a uma conclusão sobre o envolvimento da ex-chefe de gabinete com os integrantes da quadrilha.