Delegado da PF afirma que Rosemary não tinha interferência na venda de parecer

04/12/2012 12h00

O superintendente regional da Polícia Federal em São Paulo, delegado Roberto Ciciliati Troncon, disse há pouco que a decisão de não interceptar as ligações telefônicas e os e-mails de Rosemary de Noronha, chefe de gabinete da Presidência da República na capital paulista, foi tomada pelo fato de que ela não tinha interferência no objeto principal de investigação: o esquema de venda de pareceres de órgãos públicos em benefício de empresas.


"O primeiro passo foi investigar a veracidade da notícia-crime apresentada pelo ex-auditor do Tribunal de Contas da União“, afirmou Troncon. Cyron Borges denunciou ter recebido uma oferta de R$ 300 mil para emitir parecer técnico do TCU favorável à empresa Tecondi, que arrenda uma área da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) no porto de Santos desde 1998. O TCU acusava a empresa de fraudar licitações.

“Uma vez comprovada essa notícia-crime e com autorização judicial, passou-se a investigar os fatos. Durante a investigação, apesar de a senhora Rosemary aparecer em interceptações telefônicas, essas ligações remetiam a outras condutas ilícitas e não ao objeto investigado”, explicou Troncon, acrescentando que nenhuma das conversas foi apagada e todas serão encaminhadas à Justiça.

O superintendente da PF e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, participam neste momento de audiência conjunta realizada pelas comissões de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado; e de Fiscalização Financeira e Controle.

A reunião ocorre no Plenário 6.

Reportagem – Murilo Souza
Edição – Daniella Cronemberger