Comissão visitará Colômbia para discutir criminalidade

16/03/2007 19h35

Integrantes da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado pretendem visitar a Colômbia para conhecer de perto as ações implementadas pelo governo colombiano no combate à criminalidade. O presidente da comissão, deputado João Campos (PSDB-GO), reuniu-se nesta quinta-feira com o embaixador da Colômbia no Brasil, Mário Gallofre, para agendar a viagem dos parlamentares, prevista para abril.

João Campos assinalou que o governo colombiano tem implementado, com sucesso, medidas para combater a criminalidade. O deputado acrescentou que assumiu a comissão com o objetivo de não só debater os projetos de Lei desta área, como também para influenciar as políticas públicas de segurança. "Acredito que o crime cresce no vácuo do poder do Estado. Nesse sentido, a troca de experiências com outros países como a Colômbia é primordial."

No retorno, segundo o presidente da comissão, deve ser realizada audiência pública para apresentar os resultados da missão para secretários de Segurança Pública de todo o Brasil, diretores de penitenciárias, chefes de polícia, setores militares interessados, entre outros.

Política de segurança
Para João Campos, é importante que os integrantes da comissão conheçam os programas de êxito de outros países e que possam contribuir para a elaboração de uma política de segurança pública para o país. "O Brasil precisa implementar programas nessa área. Há uma preocupação de mudarmos o foco porque hoje há um entendimento no Brasil de que a resolução das questões de criminalidade e violência passam tão somente pelo Legislativo na medida em que se alteram as leis". O deputado diz que a alteração das leis é importante, mas tem a mesma importância da execução de programas na área de segurança pública, conjugada com as áreas de educação e saúde.

Experiência da Colômbia
O embaixador Mário Gallofre considera positiva a troca de informações entre os dois países. "É uma experiência que nós estamos dispostos a compartilhar, que foi a recuperação dessa paz e da ordem que estamos desfrutando hoje, principalmente nas cidades de Medelin e em Bogotá."

Segundo o embaixador, a Colômbia, que teve e tem uma história de guerrilha ativa, conseguiu reduzir os índices de criminalidade por meio de ações baseadas no tripé: segurança, educação e saúde. Investimentos de grande vulto, fortalecimento das instituições governamentais e parceria com a população são algumas das medidas adotadas na Colômbia para combater o crime organizado. "Capacitamos e aumentamos o efetivo nas ruas, investimos na modernização da força pública, demitimos 70% dos policiais por corrupção ativa, controlamos rigorosamente o plano de desarmamento voluntário, recuperamos a moral da polícia, solicitamos auxílio financeiro à comunidade internacional para lutar contra o narcoterrorismo, recuperamos a cidadania das classes carentes, investimos na construção de centros de recursos educativos e culturais nas favelas, entre outras ações. Para colocar em prática essas idéias, nos associamos à população civil e fizemos investimentos de grande porte para mudar a realidade do País", declarou o embaixador Mário Gallofre.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) são a principal guerrilha colombiana, responsável pelo aumento da violência no país. O grupo surgiu durante a década de 60, quando guerrilheiros marxistas dominavam a zona rural. Nos anos 80, eles passaram a se financiar com o dinheiro do tráfico de drogas e, posteriormente, deram início aos seqüestros.

Fonte: Agência Câmara
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