Comissão quer informações sobre atividades de Olivério Medina no país

A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara aprovou requerimento pedindo ao ministro da Justiça, Tarso Genro, informações sobre o acompanhamento das atividades desenvolvidas pelo ex-padre colombiano Olivério Medina.

Medina vive no país na condição de refugiado político e é conhecido como "embaixador das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia" (FARC) no Brasil. Após confirmar participação em audiência pública nas Comissões de Relações Exteriores e Comissão de Segurança Pública da Câmara para falar sobre seu envolvimento com a guerrilha colombiana e sobre possíveis relações desta com o governo brasileiro, o ex-padre voltou atrás e encaminhou carta, na última sexta-feira, se recusando a participar da reunião.

Diante disso, o presidente da comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), autor do requerimento, pediu que o Comitê Nacional para Refugiados, CONARE, e a Polícia Federal, acompanhem de perto Olivério Medina. Segundo o deputado, a própria definição de "refugiado político" é de toda a pessoa que, devido a fundados temores de ser perseguida por motivos de raça, religião, nacionalidade ou que pertença a determinado grupo social ou de opiniões políticas, se encontre fora do país de sua nacionalidade e não possa – ou, por causa de ditos temores, não queira - valer-se da proteção de tal país.

De acordo ainda com o deputado, ao se recusar a comparecer à audiência, Medina perdeu "uma ótima oportunidade de esclarecer episódios que põem em dúvida esse seu status de refugiado concedido pelo governo brasileiro". Sem falar que, recusar-se a ir ao Congresso depois de ter informado previamente que iria é, na opinião de Jungmann, "um desrespeito intolerável".

Acusações

Olivério Medina, conhecido como "El cura Camilo", é considerado refugiado político pelo CONARE desde 14 de julho de 2006. Medina é acusado, em seu país, de ter comandando ataque a uma unidade do Exército, em 1991. Ocasião em que dois militares foram mortos e outros 17 seqüestrados. Além disso, o ex-padre também é acusado por terrorismo, assassinato, seqüestro e extorsão na Colômbia.

Em carta de próprio punho, Olivério Medina se comprometeu a romper totalmente relações com as FARC e abandonar qualquer atividade política. Mas notícias veiculadas nos últimos meses pela imprensa enfatizaram a troca de e-mails entre o ex-padre colombiano e o representante número dois das FARC, falecido recentemente.

Para Raul Jungmann, tendo em vista a importância de tais fatos e a necessidade de subsidiar os membros da Comissão de Segurança sobre a questão, é importante que o Ministério da Justiça informe aos deputados as atividades atuais de Olivério no país. E, também, a forma como está sendo realizado o acompanhamento e monitoramento dele, enquanto refugiado, tanto pelo CONARE, como também pela Polícia Federal.

Assessoria de Imprensa/Comissão de Segurança Pública