Comissão de Segurança quer garantir aprovação de piso para policiais
O novo presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, deputado Laerte Bessa (PSC-DF), afirmou que uma das prioridades neste ano é a defesa da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 300/08, que cria um piso salarial nacional para os policiais militares e bombeiros militares. Bessa afirmou que espera ver o assunto aprovado em 2010 pela Câmara – o Plenário ainda precisa concluir a votação da PEC.
No âmbito da comissão, Bessa informou que serão analisadas propostas que incentivem a redução da violência. Diversos projetos que poderão entrar na pauta alteram o Código Penal (Decreto-Lei 2.848/40), a Lei de Execução Penal (7.210/84) e o Código de Processo Penal (Decreto-Lei 3.689/41).
Laerte Bessa é bacharel em Direito e delegado de Polícia Civil do Distrito Federal. Ele está em seu primeiro mandato como deputado federal.
Leia entrevista concedida pelo parlamentar à Agência Câmara.
Agência Câmara – Como o senhor pretende conduzir os trabalhos da
comissão neste ano?
Laerte Bessa – É um ano atípico por causa das
eleições. Nós vamos procurar elaborar um plano de trabalho no sentido de
reformular os projetos e relatar os principais problemas jurídicos para que, em
um prazo bem curto, a gente possa dar uma resposta não só para a sociedade mas
também para os colegas que exigem hoje projetos votados pelo Plenário. Hoje não
chegam a 10% os projetos de segurança pública dentro do plenário. Nós vamos
trabalhar para aumentar essa porcentagem, porque segurança pública é prioridade
nacional.
Agência Câmara – Quais serão os temas prioritários?
Laerte Bessa
– Nós estamos agora com a PEC 300. Vamos solucionar o problema salarial
no País. Eu diria que, no Distrito Federal, a situação está resolvida, mas em
nível nacional não está. Nós temos que dar estrutura aos estados para que
possamos investir em material bélico. E também dar a estrutura básica e os
cursos de academia para que o policial possa fazer um bom trabalho. Para fazer
um bom trabalho, ele tem que ter salário. Essa situação de salário nós vamos
resolver este ano na Câmara.
Agência Câmara – A PEC 300 já está pronta para análise do Plenário.
Na comissão propriamente dita, quais são as prioridades para análise?
Laerte
Bessa – Esse trabalho da PEC 300 saiu da Comissão de Segurança. Os
integrantes da comissão formalizaram esse projeto que hoje está se tornando uma
realidade. Agora, nós temos também que dar um basta na violência e é legislando
que vamos conseguir. Nós temos vários projetos que atacam diretamente a Lei de
Execução Penal, o Código de Processo Penal, que tem muita benevolência. Nós
vamos dar uma minimizada na violência, que é o nosso objetivo, colocar em
plenário alguns projetos que a curto prazo vão dar a sustentação para que a
comunidade possa ter uma sensação mínima de segurança.
Agência Câmara – Alguma proposta poderá causar polêmica e, por isso,
demorar a tramitar?
Laerte Bessa – As grandes propostas são
polêmicas. No caso da maioridade penal, por exemplo, 85% do nosso povo são a
favor de sua diminuição. É uma situação gritante hoje o cidadão ser considerado
menor de idade antes de completar 18 anos. A nossa lei penal é de 70 anos atrás,
a realidade era outra. O menor de idade hoje é muito bem informado e sabe muito
bem o que é certo e o que é errado.
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