O ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, virá à Câmara hoje para explicar denúncias de que a estrutura do órgão é utilizada com fins políticos e as acusações que fez à polícia militar do Distrito Federal durante conflito com o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

O ministro foi convocado pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, a pedido dos deputados Efraim Filho (DEM-PB), Alexandre Leite (DEM-SP) e Ronaldo Caiado (DEM-GO).

Efraim Filho e Alexandre Leite pediram a convocação com base em reportagem da revistaVeja de dezembro de 2013, em que Tuma Júnior, que foi secretário durante o governo Lula, afirmava que o órgão elaborava falsos dossiês contra políticos da oposição, como o ex-senador e atual governador de Goiás, Marconi Perillo.

Segundo Tuma Júnior, em diversos casos “o Ministério da Justiça recebia um documento apócrifo, um dossiê ou um informe qualquer sobre a existência de conta secreta no exterior em nome do inimigo a ser destruído” e abria imediatamente uma investigação oficial, posteriormente dando a dica sobre o caso a um jornalista.

MST x PM
Já Caiado (DEM-GO) quer que o ministro comente as próprias declarações em que acusou a PMDF de agir de forma truculenta durante protesto do MST, em fevereiro, na Praça dos Três Poderes. “O saldo do conflito foi de mais de trinta policiais militares feridos a golpes de pauladas e pedradas, quando, pelas imagens registradas pela imprensa, tentavam impedir uma tentativa de invasão dos manifestantes a prédios públicos e representações diplomáticas.”

O parlamentar reclama ainda que, no dia seguinte, uma representação do MST foi recebida pela Presidência da República. “Não bastasse o contrassenso, o ministro Gilberto Carvalho acusou os militares de truculência na ação realizada com o intuito de impedir a invasão de prédios públicos.”

No mês passado, em audiência na Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, Gilberto Carvalho negou que os militantes do MST tenham tentado invadir o prédio do Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto.

A audiência com Gilberto Carvalho está marcada para as 14 horas, no plenário 6.