Bombeiros do Rio estão presos em situação degradante, diz deputado

10/06/2011 09h22

O presidente da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado, deputado Mendonça Prado (DEM-SE), afirmou nesta quinta-feira (9) que os bombeiros militares do Rio de Janeiro que participaram de greve estão em situação degradante e insalubre. Acompanhado dos deputados Alessandro Molon (PT-RJ) e Delegado Protógenes (PCdoB-SP), Mendonça Prado visitou o quartel de Charitas, em Niterói, onde os 439 bombeiros estão presos.

Segundo o deputado, os grevistas estão “ao lado de pedófilos, de pessoas que cometeram crimes totalmente diversos de uma ação reivindicatória”. Ele considerou a prisão injusta. “É preciso que haja uma interpretação correta do Direito, das normas legais”, disse.

Mendonça Prado também criticou a decisão da juíza Ana Paula Barros, da Justiça Militar do Rio de Janeiro, que negou, na noite desta quarta-feira (8), o pedido de relaxamento da prisão apresentado pela Defensoria Pública do estado. Ele afirmou que a Comissão de Segurança apoiará todos os recursos que forem apresentados em benefício dos bombeiros.

O presidente da comissão disse ainda que irá apresentar um projeto de lei para anistiar os bombeiros. A proposta já consta, inclusive, em projeto apresentado na última terça-feira (7) pelo deputado Alessandro Molon (PL 1524/11).

Outra visita

A Comissão de Direitos Humanos da Câmara também vai enviar um grupo de parlamentares ao Rio, nesta sexta-feira (10), para tentar uma reunião com o governador Sérgio Cabral e visitar as lideranças dos bombeiros. O objetivo é intermediar as negociações do conflito.

O grupo será formado pelos deputados Chico Alencar (Psol-RJ), Edson Santos (PT-RJ), Erika Kokay (PT-DF) e Liliam Sá (PR-RJ).

Nesta quarta (8), a comissão aprovou ainda moções de apoio aos militares e de repúdio à prisão. As moções foram apresentadas pelas deputadas Manuela D'Ávila (PCdoB-RS) e Érika Kokay. O texto pede a retomada das negociações e a imediata liberação dos bombeiros presos. "Não se derrota um movimento quando ele carrega tanta sede de justiça; se negocia e se busca resolver o conflito”, disse Kokay.

Os bombeiros do Rio pedem um piso salarial de R$ 2 mil - atualmente é de R$ 950 – e também vale-transporte e melhores condições de trabalho. Eles foram presos após invadirem o Quartel Central do Corpo de Bombeiros, na noite da última sexta-feira (3).

Íntegra da proposta:

Reportagem - Renata Tôrres/Rádio Câmara
Edição – Daniella Cronemberger