Bancos e vigilantes pedem mais controle sobre transporte de explosivos

11/07/2017 23h50

Billy Boss/Câmara dos Deputados

Bancos e vigilantes pedem mais controle sobre transporte de explosivos

Representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e de empresas de vigilância afirmaram que o Estado precisa ter mais controle sobre o transporte de explosivos, como forma de reduzir os ataques a caixas de autoatendimento de bancos.

O assunto foi discutido em audiência pública da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados. O colegiado analisa o Projeto de Lei 6737/16, do deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), que obriga as instituições financeiras a incluir nos caixas eletrônicos meios para inutilização das cédulas de dinheiro em caso de explosão.

O vice-presidente da Federação Nacional das Empresas de Segurança e Transporte de Valores, Odair Conceição, afirmou que manchar as notas é combater o efeito, e que é preciso combater a causa, que é o acesso fácil dos bandidos aos explosivos.

“É preciso controlar melhor esses explosivos que estão sendo utilizados na destruição de ATMs [terminais de autoatendimento, na sigla em inglês], na destruição dos carros-fortes, na destruição das empresas de transporte de valores, porque dali está sendo subtraído dinheiro que está alimentando o resto do crime”, afirmou.

Aumento da pena
O diretor de Operações de Negócios da Febraban, Leandro Vilain, defendeu a adoção de penas mais severas para ações que envolverem o uso de explosivos e armamentos pesados, além de ações coordenadas de combate ao crime organizado.

"Acreditamos que os estados, a Polícia Civil, a Polícia Militar – em um trabalho coordenado com a Secretaria Nacional de Segurança Pública, o Ministério da Justiça e a Polícia Federal – podem encontrar resultados muito melhores do que soluções simplistas de colocar um equipamento no ATM", disse Leandro Vilain.

Para o deputado Julio Lopes (PP-RJ), as informações trazidas na audiência vão ajudar os deputados a se decidir pela aprovação do relatório, que já foi apresentado, mas ainda não foi votado. O relator do projeto, deputado Cabo Sabino (PR-CE), é favorável à proposta.

Julio Lopes afirmou, no entanto, que é preciso encontrar outros mecanismos de proteção aos caixas eletrônicos porque, diante do poder de explosão apresentado pelos criminosos, os mecanismos de inutilização das notas já presentes em alguns terminais não são eficientes.

"A explosão é tão grande que ela destrói a agência inteira, o equipamento inteiro, antes que haja tempo de as notas serem entintadas ou inutilizadas", afirmou o deputado.

Dados da Febraban mostram que existem no Brasil 23 mil agências e 170 mil terminais de autoatendimento.

ÍNTEGRA DA PROPOSTA:

 'Agência Câmara Notícias