PF defende uso da papiloscopia no combate ao crime

09/05/2006 18h00

O uso da papiloscopia impediu, somente no primeiro trimestre deste ano, 372 tentativas de troca de nomes de pessoas indiciadas em processo criminais. A revelação foi feita na manhã desta terça-feira pelo diretor do Instituto Nacional de Identificação (INI) da Polícia Federal, Gledston Campos dos Reis, durante o 1º Fórum Nacional sobre Papiloscopia e Institutos de Identificação do Brasil, promovido pela Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado. Gledston abordou a importância do sistema no painel sobre a perícia papiloscópica e seus profissionais no Departamento de Polícia Federal.

Identificação de criminosos
O diretor do INI considera a papiloscopia um dos métodos mais eficientes nas investigações criminais, pois a impressão digital permanece na cena do crime e permite a identificação dos responsáveis. Ele lembra que a investigação por meio do DNA, por exemplo, ainda é uma prática nova e muito cara e, em alguns casos, menos eficiente do que a papiloscopia.
O presidente da Associação Nacional dos Diretores de Institutos de Identificação (Andi), Iverton Batista de Carvalho, detalhou os instrumentos disponíveis hoje para identificar criminosos. Segundo ele, a tecnologia atual permite a coleta de impressão digital em quase todos os materiais, o que auxilia na composição de provas em processos criminais. "O laudo pericial papiloscópico dá todas as garantias para o juiz condenar criminosos, garantias de 100%. É irrefutável", disse Carvalho.

Rixa com peritos
O presidente da Federação Nacional dos Profissionais em Papiloscopia e Identificação (Fenappi), Luiz Antonio Oliveira Barbosa, abordou a realidade dos papiloscopistas e órgãos de identificação no Brasil e os resultados produzidos pela perícia papiloscópica no Distrito Federal. Barbosa denunciou uma "rixa" entre os peritos criminais e papiloscopistas. Segundo ele, os primeiros agiriam para diminuir a perícia papiloscópica. "São incontáveis os subterfúgios com os quais os peritos procuram podar o crescimento profissional e institucional dos papiloscopistas", disse. Esses subterfúgios, segundo ele, "vão desde a envelhecida e combalida argumentação da exigência de formação superior para realizar qualquer perícia, entrando pela busca de isonomia salarial, passando pela infundada alegação de transposição de cargos". Segundo Barbosa, o problema mais recente seria a afirmação de que os papiloscopistas devem ser proibidos de fazer perícia papiloscópica e assinar laudos por não serem peritos oficiais.
No debate, proposto pelo deputado João Campos (PSDB-GO), o ex-diretor-geral da Polícia Federal Vicente Chelotti destacou a importância da integração das diversas categorias ligadas à segurança pública "para vencer a guerra urbana contra a violência".

Fonte: Agência Câmara
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