Comissão aprova pacote de projetos sobre segurança pública
A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado aprovou, nesta quarta-feira, cinco projetos de lei que tornam mais rígido o combate à criminalidade no País. Como os projetos já foram aprovados pelo Senado, eles podem entrar na pauta do Plenário ainda neste ano. O primeiro texto é o Projeto de Lei 7.224/06, do Senado, que impede que o condenado reincidente por crime doloso (intencional) seja beneficiado com liberdade condicional ou redução da pena. O projeto foi relatado pelo deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que acatou integralmente a proposta.
Bens ilícitos
A segunda proposta aprovada, (PL 7.226/06), também do Senado, impede que bens adquiridos de forma ilícita sejam utilizados para financiar novos crimes. O texto permite apreensão, seqüestro ou indisponibilidade de bens de indiciados por crimes dolosos, mesmo que estejam em nome de terceiros. A proposta também exige que, para a liberação dos bens, o réu compareça em juízo.
O projeto permite ainda ao juiz decretar a indisponibilidade de valores depositados em contas bancárias de pessoas indiciadas em processos criminais, desde que haja indícios de crime doloso punido com regime de reclusão. O deputado Arnaldo Faria de Sá, que também relatou esse projeto, apresentou substitutivo para que, mesmo em situações em que não haja reclusão, seja possível decretar a indisponibilidade de bens até o final das investigações. No texto original os bens só poderiam ser seqüestrados em casos de reclusão.
Colaboração
O terceiro projeto (PL 7.228/06), também do Senado, prevê a redução de 1/3 para 2/3 da pena de presos condenados que colaborarem com a polícia. Hoje, apenas os indiciados ou acusados que ajudam na identificação de criminosos, na localização de vítimas com vida e na recuperação de bens roubados têm direito à redução, se forem condenados. O relator na comissão, deputado Josias Quintal (PSB-RJ), sugeriu a aprovação do projeto sem alterações.
Segurança máxima e videoconferência
O quarto projeto aprovado, PL 7.223/06, cria o Regime Penitenciário de Segurança Máxima, destinado aos presos envolvidos com organizações criminosas. O relator, deputado Fleury (PTB-SP), apresentou parecer favorável, com substitutivo, o qual possibilita que, em caso de motim, revolta ou tentativa de fuga, o diretor do presídio possa controlar rapidamente a situação, isolando os líderes dos revoltosos.
Por fim, a última proposta desse pacote aprovada hoje foi o Projeto de Lei 7.227/06, que permite a realização de interrogatórios e audiências judiciais por meio de videoconferência, em tempo real. O relator, deputado Gilberto Nascimento (PMDB-SP), apresentou parecer favorável, mas acrescentou em seu substitutivo, a obrigatoriedade da presença do advogado no local onde estiver o réu.
Agenda de Segurança
A aprovação dos projetos faz parte da agenda do Congresso Nacional voltada para a contenção da violência urbana. As repetidas ondas de ataques criminosos promovidas por organizações criminosas nos presídios de todo o País, sobretudo no Estado de São Paulo, recolocaram o combate ao crime organizado como um dos centros de atenção na Câmara e no Senado.
Logo depois da primeira onda de ataques em São Paulo, em maio, o Senado aprovou um pacote de medidas que hoje está na pauta das comissões da Câmara.
Tramitação
Os cinco projetos aprovados hoje tramitam em regime de prioridade e serão analisados pela Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania. Em seguida, seguirão para o Plenário.
Fonte: Agência Câmara
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