O Mal de Alzheimer é debatido pela Comissão em Audiência Pública

09/08/2017 15h00

Agência Câmara 

A Organização Mundial da Saúde já determinou que as demências sejam prioridade na saúde pública. Segundo os especialistas, 1 caso aparece no mundo a cada 3 segundos. Com o envelhecimento da população, essa velocidade só tende a aumentar. Por isso, o mal de Alzheimer e as outras demências foram tema de audiência pública na Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa.

O geriatra Otavio Castelo lembrou que as causas do Alzheimer ainda são desconhecidas e os remédios não revertem a doença, mas amenizam os sintomas - enfim, uma realidade desafiadora para os próximos 30 anos.

"A doença de Alzheimer e as demências em geral são uma epidemia urgente. Porque é um problema de saúde pública de proporções enormes no mundo inteiro, principalmente no Brasil. E já há um atraso enorme do que nós podemos fazer em relação a isso".

Os médicos afirmam que quando sintomas como a perda de memória aparecem, é sinal de que a doença já existe há pelo menos 10 anos. E só parte dos fatores de risco das demências podem ser revertidos. Entre eles estão o tabagismo, a hipertensão e a obesidade. A ideia, então, é atrasar ou amenizar os sintomas. Por isso, a prevenção é tão importante. A presidente da Associação Brasileira de Alzheimer, Maria Leitão Bessa, relatou o preconceito que ainda existe em relação às demências. E reforçou a importância de políticas públicas para promover, por exemplo, o diagnóstico precoce.

"É na atenção básica que eles vão detectar os primeiros sinais e onde estão as famílias que mais necessitam".

Durante a audiência pública, foram apresentados dados sobre os custos das demências. Elas absorvem até 169% do orçamento da família do doente. E a perspectiva é que, em 2018, sejam gastos 1 trilhão de dólares em todo o mundo.

Para a deputada Leandre, do PV do Paraná, que pediu a realização do debate, o Congresso deve levar esses números em conta ao elaborar o Orçamento da União e garantir dinheiro para as políticas públicas de prevenção.

"Recursos para que a gente possa estabelecer de verdade uma política nacional de atendimento a doenças relacionadas à demência e em especial ao Alzheimer, porque só quem vive isso pode entender a magnitude do problema".

Entre as políticas públicas sugeridas na audiência estão a criação de unidades especializadas no atendimento das demências e de centros de convívio para os pacientes. Também foi destacada a necessidade de ações governamentais para capacitar cuidadores para os portadores destas doenças.

 

Convidados 

  • Sr.Quirino Cordeiro Júnior, Coordenador Geral de Saúde Mental, Álcool e outras drogas da Secretária de Atenção à Saúde/Ministério da Saúde  (Apresentação);
  • Sra. Ana Lúcia da Silva, Coordenadora do Conselho Nacional da Pessoa Idosa do Ministério dos Direitos Humanos (Apresentação);
  • Sra. Maria Leitão Bessa, Presidente da Associação Brasileira de Alzheimer (Apresentação);
  • Dr. Otávio Castello, Médico Geriatra e Diretor Científico da Associação Brasileira de Alzheimer - DF (Apresentação); 
  • Dra. Jerusa Smid, Membro Titular da Academia Brasileira de Neurologia e Secretária do Departamento Científico de Neurologia Cognitiva e do Envelhecimento (Apresentação);