Comissão aprova relatório que sugere alterações no Estatuto do Idoso
Will Shutter/Câmara dos Deputados
Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa examinou 134 propostas de mudanças no estatuto
Relatório da deputada Flávia Morais lista propostas consideradas prioritárias pela subcomissão especial criada para reformular e atualizar o Estatuto do Idoso e a Política Nacional do Idoso.
A Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa da Câmara dos Deputados aprovou o relatório final da subcomissão criada em maio para examinar 134 propostas de alterações no Estatuto do Idoso (Lei 10.741/03). O relatório recomenda prioridade a alguns desses projetos:
- PL 1118/11, já aprovado pela Câmara dos Deputados, que torna pessoas com deficiência oficialmente idosas mais cedo do que o resto da população, a partir dos 45 anos de idade. Essa proposta, de autoria do deputado Eduardo Barbosa (PSDB-MG), será enviada ao Senado;
- PL 3480/12, que muda as regras para doações feitas, via Imposto de Renda, para os fundos municipais, estaduais e nacional do idoso. De autoria da relatora da subcomissão, deputada Flávia Morais (PDT-GO), esse projeto aguarda votação na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados;
- PL 6478/13, também da deputada Flávia Morais, que combate a violência contra idosos e cria varas especializadas para julgar esse tipo de crime. O projeto aguarda análise na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) da Câmara.
Projetos da comissão
Outros dois projetos, protocolados nesta semana pela Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa Idosa, também estão na lista de prioridades. A primeira proposta (PL 11188/18) faz uma alteração significativa no Estatuto do Idoso, inserindo um capítulo garantindo o direito ao cuidado por parte do idoso em situação de dependência. A outra proposta (PL 11189/18) muda o Código de Trânsito Brasileiro para permitir que acompanhantes de idosos tenham credenciais para estacionar o veículo em vagas especiais.
"Esse projeto se justifica pela atenção em relação à mobilidade da pessoa idosa, viabilizando que o idoso exerça os seus direitos de cidadania em condições de igualdade com as demais pessoas”, disse a deputada Flávia Morais, durante a leitura do relatório da subcomissão. “Além da proteção existente pelo sistema de credenciais de reservas de vagas em estacionamentos, o que o projeto propõe é que um terceiro possa estacionar na vaga reservada, para auxílio no embarque e desembarque, sem que a utilização temporária da vaga seja considerada indevida", afirmou.
Continuidade dos trabalhos
Além de dar prioridade a algumas proposições, os parlamentares fizeram sugestões. A mais importante é que a subcomissão tenha continuidade na próxima legislatura, para que as propostas contidas no relatório possam ser examinadas. A ideia é que a subcomissão também tenha a atribuição de monitorar o andamento dos projetos nas diversas comissões da Câmara.
Assim que o ano legislativo começar, em fevereiro de 2019, os deputados da subcomissão querem apresentar um requerimento para a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) que investigue o aumento das situações de violência financeira e patrimonial contra os idosos.
Violência financeira
A presidente da subcomissão, deputada Carmen Zanotto (PPS-SC), ressaltou a necessidade dessa investigação. "Quando a gente vê os agentes financeiros ligando para as pessoas antes mesmos de elas saberem do primeiro depósito da sua aposentadoria, disponibilizando empréstimos consignados, a gente precisa realmente se debruçar e verificar o que está acontecendo com todos os segmentos que envolvem esse tipo de violência contra os nossos idosos", afirmou.
Depois de aprovado o relatório, os parlamentares destacaram a participação da sociedade civil e de representantes de vários ministérios no exame dos projetos que sugerem alterações no Estatuto do Idoso. Eles também propuseram que o relatório seja disponibilizado para o Conselho Nacional dos Direitos da Pessoa Idosa (CNDI), órgão ligado ao Ministério dos Direitos Humanos que trata dos temas sobre envelhecimento no governo federal.
Agência Câmara Notícias