Nota de repúdio ao ataque sofrido pela jornalista Miriam Leitão
Eu, presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, manifesto o meu repúdio às falas do deputado Eduardo Bolsonaro que afirmou, em tom jocoso, serem falsas as torturas sofridas pela jornalista Miriam Leitão durante a ditadura militar.
No último domingo (3), após a publicação de um artigo de autoria da jornalista, em que ela criticou o presidente Jair Bolsonaro, pai de Eduardo, o deputado disse em suas redes sociais ter “pena da cobra (representada por um emoji do animal)”, referindo-se ao fato de que Miriam, além de receber tapas e chutes e ser obrigada a ficar nua na frente de soldados, passou horas trancadas em uma sala escura com uma jiboia.
Este é um ataque covarde, machista e violento, que menospreza o sofrimento vivido por uma mulher e descredibiliza sua história. Miriam Leitão é uma mulher e profissional que, ao publicar o artigo em questão, está exercendo o direito da liberdade de imprensa garantido pela Constituição.
Não aceitamos ofensas e deboches disfarçados de “liberdade de expressão”. Seguiremos exigindo respeito de todos, sobretudo de parlamentares que deveriam agir com o decoro que o cargo exige.
Por fim, expresso minha solidariedade e apoio à Miriam, não vamos nos calar diante desses absurdos.
Deputada Elcione Barbalho
Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher