Nota de Repúdio
Maria da Penha lutou por 19 anos para que seu ex-marido fosse condenado pelos crimes que cometeu. Mesmo após ter levado um tiro na coluna que a deixou paraplégica e ter sofrido uma nova tentativa de feminicídio por eletrochoque, ela ainda precisou continuar brigando na justiça para que sua voz fosse ouvida. Estes são os fatos e a verdade. Não existem “versões”.
É inaceitável que Maria da Penha, símbolo da luta contra a violência doméstica, que dedicou a vida em defesa da sua dignidade e a de todas as brasileiras, seja revitimizada ou desacreditada por quem quer que seja, tampouco por um parlamentar que deveria representar os interesses de uma população composta por pelo menos 50% de mulheres.
Após 15 anos de vigência da Lei Maria da Penha - comemorados em agosto - ainda é sintomático da nossa sociedade patriarcal e machista que o ex-marido e agressor de Maria da Penha ainda encontre atenção e visibilidade em alguém que ocupa um cargo público, foi democraticamente eleito e deveria respeitar a seriedade de seu posto. Foram muitos avanços mas, infelizmente, a palavra da mulher muitas vezes ainda não é o bastante.
A violência sistêmica contra as mulheres no Brasil é alimentada por atitudes como a do deputado catarinense - que deve ser repudiada e combatida. O nosso país ocupa a triste posição de quinta nação com maior número de feminicídios - em 2020, 17 milhões de mulheres tiveram suas vidas ceifadas. Ainda há um longo caminho a percorrer para mudar este cenário.
Manifestamos toda a nossa solidariedade à Maria da Penha, seus familiares e a todas as mulheres que foram vítimas de violência. Nós não vamos mais nos calar e vamos continuar lutando para que as mulheres se sintam cada vez mais seguras para denunciar. Estamos juntas!
Elcione Barbalho (MDB-PA) - Presidente
Dulce Miranda (MDB-TO) - 1º Vice-Presidente
Lauriete (PSC-ES) - 2º Vice-Presidente
Aline Gurgel (Republicanos-AP) - 3º Vice-Presidente